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Sem Ibra e com espião, Suécia defende hegemonia contra Coreia do Sul

Seleções estreiam na Copa do Mundo nesta segunda-feira, às 9 horas, em Nijni Novgorod

18 jun 2018 - 00h04
(atualizado às 13h07)
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Sem o astro Zlatan Ibrahimovic, a Suécia estreia na Copa do Mundo contra a Coreia do Sul, pelo Grupo F, nesta segunda-feira, às 9 horas (de Brasília), em Nijni Novgorod, em meio a uma situação constrangedora. A comissão técnica sueca enviou um espião para assistir ao treino fechado dos sul-coreanos. O enviado foi descoberto e a equipe europeia pediu desculpas pelo episódio embaraçoso;

"É muito importante mostrar respeito ao adversário. Se o caso foi encarado de uma maneira diferente, nós nos desculpamos", disse o técnico Janne Andersson.

O ocorrido mostra que os países não estão para brincadeira neste Mundial e vale tudo para tentar chegar às fases finais. E mais: a diferença entre os dois times já não é o abismo que se constatava em 1948, quando a Suécia goleou a Coreia do Sul por incríveis 12 a 0, pela Olimpíada de Londres, na qual os europeus ganharam a medalha de ouro na disputa do futebol masculino.

De lá para cá, mais três jogos, todos em amistosos: mais uma vitória do suecos e dois empates. O desafio dos escandinavos é manter a escrita e seguir invictos diante dos asiáticos.

A missão se torna mais árdua pela ausência de Ibrahimovic. O ídolo e artilheiro da seleção de seu país, com 62 gols, foi preterido por Janne Andersson. A justificativa para isso é a de que ele vem preparando a equipe sem o atacante desde a Eurocopa de 2016, quando o jogador anunciou a aposentadoria da seleção. Depois, porém, o astro voltou atrás e disse que estava à disposição para a Copa. O treinador não cedeu.

Mas Ibrahimovic está na Rússia. É garoto-propaganda de uma instituição financeira. Tem chamado a atenção nos bastidores. Sua presença na sede do Mundial tem levantado o debate sobre até onde a Suécia é capaz de chegar sem ele.

O segundo lugar conquistado na Copa de 1958, em que foram anfitriões, parece um objetivo muito distante da realidade para uma equipe jovem, mas globalizada, já que, pela primeira vez na história dos suecos no torneio, nenhum jogador atua no próprio país entre os convocados do time nacional.

O terceiro lugar alcançado em 1950 e em 1994 também é um objetivo remoto. Já o quarto lugar de 1938 seria algo mais realista, ainda que fosse necessário uma boa dose de sorte aliada a um futebol que a Suécia não vem apresentando nos últimos tempos - sequer se classificou nas duas Copas anteriores, de 2010 e 2014 -, apesar de ter despachado a poderosa Itália na repescagem das Eliminatórias Europeias para a atual edição.

Já a Coreia do Sul chega para o seu 10º Mundial, sendo o nono seguido. Está regularmente no maior torneio de futebol de planeta, mas apenas em duas ocasiões passaram pela primeira fase. Os "pontos fora da curva" foram as campanhas de 2002, na qual, jogando em casa, chegaram às semifinais e conquistaram o quarto lugar, e em 2010, quando caíram nas oitavas de final.

Em 2014, no Brasil, retornaram na primeira fase levando apenas um pontinho na bagagem - empate com a Rússia (1 a 0) e derrotas para Argélia (4 a 2) e Bélgica (1 a 0).

Desta vez, as principais armas são o espírito de equipe, o que faz o time do técnico Shin Tae-Yong ter uma aplicação tática diferenciada, e a experiência dos jogadores, com boa parte do elenco presente em Copas anteriores, e o atacante Son Heung-min como destaque individual, autor de 18 gols nesta temporada pelo Tottenham. A dúvida é se os meio-campistas terão capacidade para municiá-lo.

Já ao comentar o episódio de espionagem por parte dos suecos, o treinador da Coreia assegurou que isso não foi uma surpresa para ele e que os jogadores do elenco treinaram com numeração trocada naaquela oportunidade. "É muito difícil para ocidentais saberem a diferença entre asiáticos", explicou Shin em coletiva de imprensa neste domingo. "Você sempre quer saber o que vai fazer um adversário. É algo que nossa comissão técnica faz. Não achei que foi errado da parte deles", completou.

Depois de se enfrentarem, Suécia e Coreia terão pela frente Alemanha e México, que duelaram neste domingo, com vitória dos mexicanos por 1 a 0.

Estadão
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