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Seleções africanas batem recorde de desempenho e vitórias em uma edição de Copa do Mundo

Representantes da África, somados, marcaram 24 pontos, nove a mais que 2002, antigo melhor aproveitamento; pela primeira vez na história dos Mundiais, todas as equipes têm treinadores naturais ou de ascendência do continente

1 dez 2022 - 14h45
(atualizado em 2/12/2022 às 21h46)
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As seleções africanas da Copa do Mundo do Catar bateram, por muito, o recorde de aproveitamento do continente na primeira fase da competição mais importante do futebol desde que receberam cinco vagas. Somadas, Marrocos, Senegal, Tunísia, Camarões e Gana marcaram 24 pontos, com as duas primeiras avançando ao mata-mata. Além de ser um desempenho marcante, o feito também é importante por este ser o primeiro Mundial em que todas as equipes são treinadas por técnicos naturais ou com ascendência da África.

Walid Regragui, Aliou Cissé, Jalel Kadri, Rigobert Song e Otto Addo comandam, respectivamente, as representantes africanas em 2022. Historicamente, as federações locais escolhiam treinadores estrangeiros para treinar suas seleções. Antes da atual edição, a maior pontuação total havia sido em 2002, onde Bruno Metsu, da França, comandava a seleção senegalesa que avançou às quartas, e Winfried Schäfer, da Alemanha, estava com os camaroneses.

O Mundial na Coréia do Sul e Japão, inclusive, foi o primeiro em que a Fifa deu cinco vagas a africanos, mesmo número que se mantém até hoje. Apesar disso ter expandido a participação em relação ao último século, ainda há espaço para mais, segundo os comandantes. No começo da semana, o técnico ganês Otto Addo criticou a atual distribuição da entidade e pediu mais oportunidades ao continente.

"A África tem 55 países e acho que merece mais vagas", disse Addo. "Nunca houve um ponto de partida onde todos têm a mesma chance no começo. É muito difícil, com cinco vagas, evoluir. Se você tem 12 ou 15 vagas, não lembro quantas são na Europa, você tem a probabilidade de crescer mais rápido, o dobro dos times africanos, não importa a qualidade. Fazer esse tipo de pergunta para mim é injusto. Vamos tentar melhorar".

Marrocos foi uma das protagonistas desta Copa do Mundo. A seleção garantiu a melhor campanha de uma nação africana em uma fase de grupos. Invicta, terminou com duas vitórias, um empate, quatro gols marcados e apenas um sofrido. E não foi a primeira vez que o time fez história: em 1986, avançou ao mata-mata, algo que ainda não havia sido conseguido pelo continente.

As vitórias na Copa do Catar foram: Gana 3x2 Coreia do Sul, Marrocos 2x0 Bélgica, Marrocos 2x1 Canadá, Senegal 3x1 Catar, Senegal 2x1 Equador, Tunísia 1x0 França e Camarões 1x0 Brasil - na que foi também a primeira derrota da Canarinho para uma africana na competição.

As marcas históricas dos africanos em Copas

O Egito foi a primeira seleção da África a se classificar para uma Copa, em 1934. Já o primeiro triunfo veio com a Tunísia, em 1978. Oito anos depois, o Marrocos classificou à fase eliminatória.

Apenas em três ocasiões uma representante do continente chegou às quartas de final. A primeira delas foi Camarões, eliminada pela Inglaterra na prorrogação em 1990, depois Senegal, que caiu para a Turquia também na prorrogação em 2002, e Gana, que perdeu nos pênaltis para o Uruguai em 2010, no famoso confronto onde Luis Suárez impediu com a mão um gol que classificaria os ganeses no último minuto da prorrogação e foi expulso.

Confira o ranking de pontuação total das seleções africanas desde 2002:

  1. 2022 (Camarões, Gana, Marrocos, Senegal e Tunísia) - 24 pontos
  2. 2002 (África do Sul, Camarões, Nigéria, Senegal e Tunísia) - 15 pontos
  3. 2010 (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria) - 14 pontos
  4. 2006 (Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Tunísia)/2014 (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria) - 12 pontos
  5. 2018 (Egito, Marrocos, Nigéria, Senegal e Tunísia) - 11 pontos
Estadão
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