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Scolari defende governo diante de protestos

21 jun 2013 - 21h04
(atualizado em 22/6/2013 às 14h54)
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O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, saiu nesta sexta-feira em defesa do governo, em meio à onda de protestos, alegando que não se deve apenas "crucificar" e que as mudanças não acontecem "de um dia para outro"

"Todos querem nosso país com justiça e as pessoas que estão no governo também imaginam isso e tentam fazer isso. Não podemos só crucificar. As pessoas que estão lá também pensam desta forma", opinou Felipão na coletiva de imprensa realizada na véspera da partida deste sábado na Arena Fonte Nova de Salvador entre Brasil e Itália, pela terceira rodada do grupo A da Copa das Confederações.

"Muitas vezes, as situações não evoluem para isso. Todos queremos e vamos trabalhar juntos para sabermos os pontos onde vamos atacar juntos para que daqui a um ano, dois, cinco dez, a gente possa mudar. Sempre sou otimista e acho que temos potencial para isso, mas não vai ser de um dia para outro".

Na quinta-feira, mais de um milhão de manifestantes foram às ruas, em todo o Brasil, para protestar contra a má qualidade dos serviços públicos, a alta dos preços e os gastos milionários com as obras da Copa do Mundo de 2014.

Vários jogadores da seleção brasileira, inclusive Neymar, já se manisfestaram publicamente a favor dos protestos.

Pouco antes de Felipão aparecer na coletiva de imprensa, Daniel Alves, que foi o primeiro a apoiar o movimento na rede social Twitter, respondeu a perguntas dos jornalistas, mas preferiu não abordar novamente o assunto.

"Acredito que a seleção é hoje um motivo de alegria para o Brasil. As nossas ideias já foram expostas e preferimos focar no futebol", disse o lateral.

Em seguida, o treinador negou ter tentado silenciar seus jogadores.

"Na nossa seleção, todos têm a liberdade de se manifestar. Todos podem ter atitudes e assumi-las. Quando ocorre alguma coisa que fere a minha autoridade no comando da equipe, aí sim tenho que tomar providências, mas nessa equipe, ninguém pisou na bola até agora", justificou Felipão.

O treinador espera ter o apoio da torcida, como aconteceu em Fortaleza, quando o público cantou o hino nacional à capela, mostrando um espécie de união sagrada apesar do momento conturbado vivido pelo país.

"Já vim jogar aqui na Bahia e eles foram mais efusivos ainda do que o pessoal de Fortaleza. É fantástico a forma com eles sentem, vivem o hino. Tomara que possamos passar novamente às milhares de pessoas que nos assistem lá fora que temos um o outro problema, mas que também amamos o nosso país com muito ardor", completou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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