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São Paulo e Palmeiras estão entre os grandes na 2ª divisão do futebol feminino. Entenda o motivo

Times tradicionais no masculino começam a se organizar e investem alto para brilhar também entre elas

16 jun 2019 - 04h40
(atualizado às 04h40)
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O recado é direto. "Antes, tinha Copa do Mundo e Olimpíada e todo mundo falava de futebol feminino. Acabavam as competições e o assunto morria. Hoje, isso mudou". A declaração é da ex-capitão da seleção brasileira Aline Pellegrino e retrata o que acontece no futebol feminino. Aos poucos, a modalidade vai ganhando terreno e respeito e hoje os times masculinos começam a mostrar força também entre as meninas.

Atualmente, há duas divisões no Campeonato Brasileiro adulto. A primeira é formada por 16 equipes. Na segunda, são 36 clubes divididos em seis grupos com seis times cada. Para quem não acompanha o futebol feminino de perto, chama a atenção o fato de ver times tradicionalmente fortes no masculino disputando a Série A-2, como é chamada a segunda divisão. Casos, por exemplo, de Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Botafogo, Grêmio e Cruzeiro, por exemplo. São bandeiras fortes no futebol masculino, mas que precisam se provar no feminino.

Isso ocorre porque esses clubes possuem equipes há pouco tempo. No fim de 2016 foram determinadas medidas para o Licenciamento de Clubes, que visava sistematizar uma estruturação e adotar melhores práticas na gestão das associações.

Uma das mudanças é a obrigatoriedade da criação de um time feminino para os clubes que disputam competições internacionais. Por isso, as principais equipes do masculino criaram seus times femininos. É lei.

O investimento no futebol feminino varia de clube para clube. O São Paulo, que tem dos times mais fortes da Série A-2, prevê gastar até dezembro algo em torno de R$ 1,5 milhão com o time feminino. Isso dá média de R$ 125 mil mensais na folha de pagamento. O salário de uma atleta de grande clube brasileiro varia de R$ 1.500 a R$ 4 mil. A exceção são as jogadoras que defendem a seleção. Elas ganham valores maiores do que R$ 20 mil, e algumas têm auxílio do Bolsa Atleta, programa do governo federal.

"É o melhor momento da modalidade no Brasil. Temos uma Série A-1 e A-2 grandes, torneios sub-18, estaduais fortes, mais empresas procurando a gente e estamos com campeonato na TV aberta (Rede Bandeirantes) tanto no Brasileiro quanto no Paulista", diz Aline, que é Coordenadora de Futebol Feminino da Federação Paulista de Futebol.

Em razão da Copa do Mundo Feminina, as competições estão paralisadas no Brasil. A Série A-1 tem o Corinthians liderando ao lado do Santos, ambos com 24 pontos. O Internacional aparece em terceiro, com 21.

Na Série A-2, a disputa está nas quartas de final e os quatro primeiros sobem para a primeira divisão. Ou seja, quem vencer os jogos das quartas já se garante na elite. Os duelos são: Ceará x Cruzeiro, América-MG x Grêmio, Chapecoense x Palmeiras e Taubaté x São Paulo. O torneio retoma dia 14 de julho.

Visibilidade. Embora o momento seja melhor se comparado com um passado não muito distante, ainda há um longo caminho para o futebol feminino percorrer. Uma das coisas que precisam melhorar é o público nos estádios. Uma das ideias estudadas é fazer jogo feminino como preliminar do masculino. Alguns dirigentes ouvidos pelo Estado alegam que são contra a proposta, pois as partidas poderiam desgastar o gramado e porque seria complicado a divisão do vestiário, que é aberto horas antes do jogo para receber os equipamentos dos homens. Entretanto, a ideia das partidas preliminares no futebol masculino existe e elas podem acontecer em breve no Brasil.

Estadão
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