Presidente da CAF deveria se demitir, diz Adebayor
O presidente da Confederação de Futebol Africano (CAF, no original em inglês), Issa Hayatou, deveria se demitir após a "monstruosa" decisão de proibir o Togo de atuar nas duas próximas Copas das Nações Africanas, disse o capitão da seleção Emmanuel Adebayor, neste domingo.
O Togo desistiu do torneio quando seu governo chamou a seleção de volta para três dias de luto, depois que dois membros de sua delegação foram mortos em um ataque de homens armados na província angolana de Cabinda, no dia 8 de janeiro.
A CAF baniu o Togo e multou sua associação de futebol em 50 mil dólares no sábado porque seu governo interferiu em assuntos futebolísticos.
"O senhor Hayatou serviu a África, mas agora precisa sair. Esta decisão é monstruosa", disse Adebayor ao diário francês LÉquipe. "Ele é um irresponsável. Tenho a sensação de que não somos respeitados".
Christophe Tchao, ministro de esportes do Togo, disse à Reuters, por telefone, que vai apelar contra a decisão da CAF.
Um técnico assistente e um assessor de imprensa da seleção do Togo morreram na emboscada quando o time viajava de Pointe Noire para a capital angolana de ônibus, para sua partida de abertura.
"Duas personalidades respeitadas do futebol africano morreram, nosso goleiro levou três balas. Não acordamos de manhã e simplesmente decidimos abandonar a competição", disse Adebayor
"Se (o goleiro de Camarões Idriss Carlos) Kameni tivesse sido atingido ou se o ônibus da Costa do Marfim, a Copa das Nações teria sido cancelada", afirmou.
O atacante do Manchester City disse que o atentado, que durou pelo menos 20 minutos, ainda está fresco em sua lembrança. "É muito difícil (pensar em futebol). Desde o ataque, tenho tido pesadelos todas as noites", disse.