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PF investiga superfaturamento nas obras do Mané Garrincha; Três são presos

23 mai 2017 - 13h22
(atualizado às 13h22)
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Os escândalos de corrupção em Brasília não se limitam apenas ao Congresso. Nesta terça-feira a Polícia Federal prendeu os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), atual assessor especial de Michel Temer, acusados de superfaturamento na reforma do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014.

A ação faz parte da Operação Panatenaico, nome que faz alusão ao estádio da Grécia antiga que abrigou competições anteriores às Olimpíadas. Baseando-se nos depoimentos de executivos da construtora Andrade Gutierrez, responsável pela obra do Mané Garrincha, a PF crê em um superfaturamento de R$ 900 milhões. Inicialmente orçada em R$ 600 milhões, a reforma foi finalizada com um custo total de R$ 1,5 bilhão.

As revelações feitas pela alta cúpula da Andrade Gutierrez estão ligadas ao acordo de delação premiada aos investigadores da Operação Lava Jato. Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e outras três conduções coercitivas a serem cumpridas em Brasília e nas regiões próximas à capital federal.

Segundo as informações fornecidas pelos executivos da Andrade Gutierrez, a licitação para a reforma do Mané Garrinha foi fraudada. A construtora, juntamente com a Via Engenharia, que fazia parte do consórcio, teria pago propina ao governador do Distrito Federal da época José Roberto Arruda o sucesso Agnelo Queiroz. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli também foi beneficiado.

Além da prisão imediata dos envolvidos, o Ministério Público também ordenou a indisponibilidade dos bens dos investigados até o limite de R$ 60 milhões e o bloqueio dos bens ativos da Via Engenharia até o limite de R$ 450 milhões. O juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal de Brasília autorizou o bloqueio de R$ 10 milhões de Arruda, R$ 10 milhões de Queiroz e R$ 6 milhões de Filippelli.

Antes do acordo de delação dos executivos da Andrade Gutierrez, já havia a suspeita de corrupção envolvendo as obras do Mané Garrinha pelo fato de o BNDES não ter financiado a reforma do estádio, ao contrário do que ocorreu em outras arenas para a Copa do Mundo. Ao invés disso, foi a Terracap quem bancou os investimentos de uma das sedes do Mundial, ainda que a empresa pública não tenha sido criada para esse propósito - a Terracap é responsável por gerir o patrimônio público de Brasília.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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