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Özil e Gündogan se envolvem em polêmica antes de embarque da Alemanha para a Copa

Meio-campistas de ascendência turca foram questionados por apoio ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan

12 jun 2018 - 15h22
(atualizado às 15h25)
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A delegação da Alemanha que vai disputar a Copa do Mundo embarcou em Frankfurt nesta terça-feira rumo ao Aeroporto Internacional Vnukovo, nos arredores de Moscou, na Rússia. A seleção viaja com o técnico Joachim Löw precisando contornar uma crise extracampo, causada porque os meio-campistas Mesut Özil e Ilkay Gundogan, ambos de ascendência turca, manifestaram apoio ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com fotos publicadas em maio.

Ambos os atletas nascidos na Alemanha posaram junto ao chefe de Estado turco com camisas de seus clubes: Arsenal (de Özil) e Manchester City (de Gundogan). O uniforme dado por Gundogan tinha uma dedicatória especial: "A meu respeitado presidente". A atitude rendeu vaias ao jogador no último amistoso da equipe nacional antes da Copa, disputado em Leverkusen, na última sexta-feira - vitória alemã por 2 a 1 sobre a Arábia Saudita.

Campeão do mundo em 2014, Özil não saiu do banco de reservas durante a partida, uma vez que se recupera de lesão. Por isso, é incerto se ele também teria sido hostilizado. A congressista Beatrix von Storch, representante no parlamento alemão do AfD, partido de ultradireita, questionou por que Gundogan representava a seleção alemã se Erdogan era o presidente dele.

"Foi lamentável, porque uma equipe depende do apoio para cada indivíduo. Vaiar um atleta não ajuda ninguém", afirmou o técnico da seleção alemã, Joachim Löw, sobre o ocorrido. Durante o jogo, o treinador até tentou gesticular para que as manifestações parassem, em vão. "O último jogo antes do Mundial. Estou orgulhoso por defender este país", tentou minimizar Gundogan, em publicação na sua página no Twitter.

Em setembro de 2017, cerca de 200 pessoas que acompanharam a vitória da Alemanha por 2 a 1 sobre a República Checa, em Praga, usavam símbolos e faziam gestos que remetiam a correntes nazistas e fascistas. "Essa gente não é torcedora nossa", comentou Löw na ocasião.

Erdogan é acusado de adotar práticas autoritárias, violentas e contrárias à liberdade de imprensa. Uma série de jornalistas já foi presa durante a gestão dele, iniciada em setembro de 2014. Jerome Boateng, Sami Khedira, Antonio Rüdiger e Mario Gómez são outros jogadores da seleção da Alemanha que têm raízes diretas ou familiares em outros países.

Estadão
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