PUBLICIDADE

Ozil anuncia aposentadoria da seleção alemã e acusa federação de discriminação

Meia foi envolvido em polêmicas por conta de foto tirada com o presidente da Turquia, país do qual possui ascendência

22 jul 2018 - 17h29
(atualizado às 17h29)
Compartilhar
Exibir comentários

Mesut Ozil anunciou neste domingo que não defenderá mais a seleção da Alemanha. O meia de 29 anos usou as redes sociais para anunciar a decisão que tem como base divergências com a DFB (Federação Alemã de Futebol, em tradução da sigla), dizendo ser alvo de discriminação por parte da entidade por causa de seu encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em maio.

O jogador do Arsenal fez parte do elenco alemão que foi precocemente eliminado na Copa do Mundo da Rússia, há aproximadamente um mês, e foi um dos principais alvos das críticas, tanto por conta de suas atuações, como também por seu encontro com Erdogan, que foi acusado de violações dos direitos humanos. Na ocasião, Ozil publicou uma foto com o político turco, o que foi interpretado com conotação política pela entidade que rege o futebol alemão.

Na ocasião, Ozil minimizou o caso dizendo que não iria alimentar polêmicas às vésperas da Copa do Mundo. Passado o evento esportivo, o meia veio a publico mostrar seu descontentamento da forma com que foi tratado pela Federação Alemã desde que o episódio veio a público. O meia do Arsenal tem ascendência turca e defendeu suas ações em uma declaração longa, a primeira vez que ele publicamente falou sobre o assunto.

"Para mim, ter uma foto com o Presidente Erdogan não teve objetivos políticos ou eleitorais, foi sobre eu respeitando o mais alto cargo do país de origem da minha família", explicou Ozil em seu Twitter. "Meu trabalho é de jogador de futebol, e não de político. Nosso encontro não teve nenhum viés político."

Ozil aproveitou também para criticar as atitudes da Federação Alemã por conta da polêmica. "O tratamento que eu tenho recebido da DFB e de muitos outros me fizeram não querer mais vestir a camisa da seleção da Alemanha", disse. "Eu me sinto indesejado e penso que tudo que eu tenho conseguido desde a minha estreia internacional em 2009 foi esquecida."

"Pessoas com origens racialmente discriminativas não devem ser autorizadas a trabalhar na maior federação de futebol do mundo, que tem jogadores de famílias de herança dupla. Atitudes como as deles simplesmente não refletem os jogadores que supostamente representam", concluiu Ozil, atacando os dirigentes da entidade alemã.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade