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OPINIÃO: Crise enfraquece América do Sul para sediar a Copa de 2030

Membros da Uefa até já se movimentam para questionar o projeto de um Mundial na região

28 nov 2018 - 05h11
(atualizado às 07h27)
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O caos que reina no futebol sul-americano diante da incapacidade da Conmebol em realizar a final de seu principal torneio de clubes poderá ter consequências duras para a América do Sul. A bagunça atrapalha, por exemplo, os planos do continente de receber a Copa do Mundo de 2030. Membros da Uefa até já se movimentam para questionar o projeto de um Mundial na região.

O sonho do Uruguai é poder comemorar os cem anos do Mundial em seu país. Para isso, e diante de um torneio cada vez maior e com 48 seleções, se uniu à Argentina e ao Paraguai para realizar o evento no Cone Sul, com sedes em Buenos Aires, Montevidéu, Assunção e outras cidades.

Na caminhada até a escolha, o governo argentino não escondia seu desejo de usar a final da Libertadores como um primeiro cartão de visitas aos membros da Fifa. Gianni Infantino, presidente da entidade, viajou até Buenos Aires para a "festa" que a final da Libertadores representaria.

Aí, aconteceu o ataque ao ônibus do Boca Juniores e desde então os dirigentes sul-americanos, atônitos, batem cabeça. A Uefa passou a acompanhar de perto a confusão ao perceber a oportunidade para trabalhar nos bastidores para minar a candidatura tripla à Copa de 2030. O argumento é de que a América do Sul não tem a mesma condição de outros continentes para garantir a segurança do evento.

A Uefa tem suas razões. Recentemente, o governo da Espanha apresentou proposta de um Mundial em 2030 ao lado de Portugal e do africano Marrocos. Os ingleses também querem recuperar a Copa, que não sediam desde 1966. Uma das ideias seria realizar o torneio com Escócia e País de Gales. Há ainda a candidatura conjunta de Grécia, Bulgária, Romênia e Sérvia.

A Ásia também se movimenta. Coreia do Sul e do Norte querem apresentar uma candidatura conjunta, como parte de um processo de paz na península.

Sem contar um outro concorrente tido por muito na Fifa como o grande favorito: a China. Diante de tudo isso, o vandalismo visto em Buenos Aires pode ter sido fatal para as pretensões da Conmebol.

Estadão
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