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Neymar, não é só o gramado do Engenhão que pede socorro!

No entorno do estádio é visível o estado de abandono da sede de jogos do Brasil na Copa América

1 jul 2021 - 10h10
(atualizado às 10h13)
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Neymar ironizou em redes sociais as condições do gramado do Engenhão, local da maior parte de jogos do Brasil na Copa América, como o dessa sexta-feira (2), contra o Chile pelas quartas de final. Realmente são muito ruins, com buracos e uma irregularidade que salta aos olhos. Mas o craque e a Seleção como um todo talvez ignorem o que se passa ao redor do estádio.

Moradores em situação de rua ocupam os setores de bilheteria do Engenhão para se abrigar
Moradores em situação de rua ocupam os setores de bilheteria do Engenhão para se abrigar
Foto: Sílvio Alves Barsetti

São vários moradores em situação de rua que recorrem às áreas das bilheterias, onde uma pequena marquise os protege um pouco do frio e do vento. Uns até estenderam uma tenda perto dali. Em geral, eles deixam seus pertences nesses locais durante o dia, quando saem em busca de um algum biscate e pequenas quantias em dinheiro que lhes permitam comer alguma coisa.

Esses “seres invisíveis” são, em geral, ignorados pelo Poder Público há muitas décadas. Quem faz caminhadas ou corre ao redor do Engenhão nota que essas pessoas se fixaram ali, aproveitando-se também da ociosidade das bilheterias nos últimos meses em razão da ausência de público nos eventos esportivos.

Segundo dados da prefeitura do Rio, são mais de 7 mil pessoas vivendo nessas condições na cidade
Segundo dados da prefeitura do Rio, são mais de 7 mil pessoas vivendo nessas condições na cidade
Foto: Sílvio Alves Barsetti

Eles juntam o que têm em trouxas, amarram com barbante colchonetes ou sobras de colchões e deixam tudo nesses setores quando precisam sair. Voltam antes do anoitecer para dormir. Um censo feito pela prefeitura do Rio em outubro de 2020 constatou que a cidade possuía pouco mais de 7 mil moradores em situação de rua, com 1.800 deles acolhidos em instituições de apoio.

Um outro fator também incide sobre esse número expressivo de desassistidos. A Região Metropolitana do Rio, no fim do ano passado, tinha um déficit habitacional de cerca de 340 mil moradias, segundo dados da Casa Fluminense, uma associação civil com foco em políticas públicas dessa região, que engloba 22 municípios.

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