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Na França, Neymar e PSG começam a temporada sob desconfiança

Clube contratou apenas o goleiro Buffon, tem novo treinador e luta para manter a ambição de conquistar a Europa

12 ago 2018 - 06h12
(atualizado às 06h12)
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Há um ano, o Paris Saint-Germain demonstrava pelas duas contratações mais ousadas e caras do mercado - € 400 milhões - seu maior objetivo na temporada: a peso de ouro, conquistar a Liga dos Campeões graças ao talento de Neymar e de Mbappé. Em 2018/2019, o contraste é impressionante: uma única contratação de peso, o goleiro Gianluigi Buffon, trazido pelos salários e por luvas. Para enfrentar o Fair Play financeiro da Uefa, o clube teve de moderar o apetite, e aposta no sotaque alemão de seu novo treinador para manter a ambição de conquistar a Europa.

No time que enfrentará o Caen hoje, a partir das 16h (horário de Brasília), pela primeira rodada do Campeonato Francês, a maior novidade não será um novo lateral-esquerdo, um terceiro zagueiro de prestígio ou um meia de contenção - as principais carências do grupo. Por ora, nem os brasileiros Alex Sandro ou Wendel, nem o alemão Jérôme Boateng, muito menos o francês N'Golo Kanté, sonhos de consumo da direção, assinaram com o PSG para a nova temporada.

A maior esperança para manter a hegemonia do campeonato nacional e da Copa da França e sonhar com o título da Liga dos Campeões reside no técnico alemão Thomas Tuchel, 44 anos. Caberá ao ex-treinador do Borussia Dortmund comandar Neymar, Mbappé, Cavani e companhia na campanha atual.

Tuchel demonstrou que não se incomodaria com uma política de contratações modesta, e se disse deslumbrado em contar com um elenco tão forte. "Se o mercado já estivesse fechado e fosse necessário recomeçar com o grupo atual, eu seria um homem feliz."

Mas a falta de reforços faz com que a nova versão PSG, que no ano passado suscitava fascínio, provoque dúvidas neste ano. Embora tenha demonstrado um perfil calmo e simpático em entrevistas, com um aparente grau de cumplicidade com os jogadores, Tuchel é reputado como um técnico rígido, temperamental e inexperiente. Caberá a ele substituir o espanhol Unai Emery. Contratado em 2016 pelo sucesso que obteve no Sevilla, o agora treinador do Arsenal deixou como legado uma série de títulos nacionais e um trauma: a "remontada" humilhante (6 a 1) do Barcelona pelas oitavas de final da Liga dos Campeões de 2016 - revertendo o placar de 4 a 0 favorável aos parisienses.

Mesmo que até aqui não tenha realizado grandes contratações, o Parque dos Príncipes continua a ser uma constelação de craques. Poucos times da Europa têm um ataque tão efetivo quanto o trio Mbappé, Cavani e Neymar, uma dupla de zaga tão sólida como Marquinhos e Thiago Silva e um banco com craques como o argentino Di María, o alemão Draxler ou o belga Meunier.

Dentre os astros, a maior questão é como Neymar vai se comportar após a Copa do Mundo desastrosa pela Seleção. A dúvida é se o brasileiro saberá como lidar com a estrela ascendente do futebol mundial, Mbappé, novo xodó da torcida parisiense. Ao se juntar ao grupo, Neymar multiplicou as fotografias em redes sociais, demonstrando bom entrosamento com os companheiros e, em especial, com Mbappé. Mas nos meios esportivos europeus, cresce a convicção de que o brasileiro em breve será um coadjuvante do astro francês.

Estadão
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