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Na disputa da Copa, há espaço para vaidade na seleção brasileira

Jogadores, entre eles Neymar, levam cabeleireiros para atendê-los na Rússia

25 jun 2018 - 05h04
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A vaidade também tem vez na seleção brasileira. A necessidade de manter o máximo de concentração possível na disputa da Copa do Mundo da Rússia não impede os jogadores de se cuidarem, principalmente da aparência. Para isso, valem iniciativas como a de levar cabeleireiros para o resort em que a delegação está concentrada em Sochi.

Foi o que fez Neymar, que é quem mais demonstra preocupação com o visual, mais especificamente com seu cabelo. Para isso, levou a Sochi dois cabeleireiros. Um para cuidar do corte, Dailson Reis, o Nariko, e um especialista em coloração, Wagner Tenório. Ambos são velhos conhecidos do craque e o atendem há muito tempo.

Os dois trabalharam bastante. Na véspera da estreia do Brasil na Copa, contra a Suíça, Neymar apareceu na Arena Rostov com um cabelo em que sobressaiam as madeixas coloridas, num tom loiro, com cachos. Nas redes sociais, postou imagens fazendo relaxamento capilar.

O corte foi alvo de chacota, sendo comparado com miojo, o famoso macarrão instantâneo, e Mart'nália, atriz e cantora, filha de Martinho da Vila. No dia seguinte, no empate diante da Suíça, apareceu com o cabelo mais liso e exibiu um topete. Aí, nas redes sociais, foi chamado de Calopsita e Canarinho Pistola.

As críticas irritaram Nariko, que bloqueou comentários em seus perfis. No primeiro treino após o jogo de estreia na Copa do Mundo, Neymar apareceu com um corte mais conservador, com os cabelos mais baixos.

Nariko acabou não se tornando exclusivo de Neymar. Nos últimos dias, ele já cortou o cabelo de vários jogadores, como Gabriel Jesus, Douglas Costa, Casemiro, Danilo e Philippe Coutinho, e também "deu uma aparada" no cabelo do técnico Tite. Os dois cabeleireiros estão entre as dezenas de "parças" que Neymar trouxe para a Rússia para assistir a Copa.

O goleiro Alisson também tem preocupações estéticas. Tanto que durante a passagem da seleção por Londres, durante o período de preparação, recebeu, a pedido, a visita do cabeleireiro Wagner Soares para dar "um tapa no visual". No entanto, o profissional revelaria logo depois que ao cortar o cabelo o titular da seleção não pensou apenas na aparência. Quis reduzir o tamanho da franja, para que não atrapalhasse nos treinos e nos jogos.

"Ele estava precisando treinar com boné e isso seria um problema para a Copa. Não poderia se preocupar com o cabelo nos treinos e jogos, ficar colocando gel, passando a mão no cabelo", contou Soares, que cuida do cabelo de Alisson desde os tempos em que ele jogava no Internacional e estava de férias na Holanda quando recebeu o convite para ir à Inglaterra.

O outro tratamento feito por Alisson, no entanto, está mais ligado à saúde do que à estética. Ele tem seguido as recomendações de um dermatologista, por causa do excesso de acne no rosto. E trata a situação com bom humor. "Não me incomoda, estou na puberdade", disse recentemente o goleiro de 25 anos ao ser questionado sobre o problema durante uma entrevista.

Alisson, porém, não dá detalhes sobre o problema que deixa principalmente o lado direito de seu rosto bem vermelho. Especialistas em dermatologia, porém, acham possível que ele esteja com rosácea, um doença de pele, causada por exposição ao sol e ao vento e estresse, entre outros fatores.

Não há detalhes sobre o tratamento de Alisson, mas há restrição a vários medicamentos usados para combater a rosácea, por conterem substâncias consideradas doping.

Estar alinhado, aliás, tem sido a tônica desta seleção brasileira. A própria CBF também incrementou a vaidade do elenco para esta Copa. O elenco resgatou uma tradição antiga, de viajar de terno e gravata. Os modelos foram feitos sob medida por um estilista. O terno na cor azul escuro leva bordado escudo da seleção.

Os brasileiros são os que mais demoram para deixar o vestiário após as partidas. Enquanto outras seleções costumam sair do local e atender os jornalistas na zona mista em menos de uma hora após o apito final, a seleção chega a levar cerca de 1h45. Os atletas costumam ir embora dos estádios perfumados e com joias como anéis, brincos, pulseiras e cordões grandes. Em outros adereços há também muito capricho, com bonés, tênis e até mochilas.

Neymar, por exemplo, leva nas costas um modelo personalizado com os rostos de familiares, como de seus pais, irmãs e do filho. O modelo custa cerca de R$ 3,5 mil. A mala de mão escolhida pelo jogador para carregar seus pertences é ainda mais cara. Da marca francesa Louis Vuitton, custa mais de R$ 17 mil, e leva as cores verde, amarela e azul.

Estadão
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