Mudança na CBF: entidade impõe limite de só uma reeleição
Uma das mudanças no estatuto da Confederação Brasileira de Futebol aprovada em assembleia geral extraordinária, nesta manhã de quinta-feira, no Rio de Janeiro, estabelece que, a partir de agora, o presidente da entidade poderá ter direito a apenas uma reeleição. Ou seja, como Marco Polo Del Nero assumiu o poder em abril deste ano e a atual gestão terminará em 2019, ele ainda poderia ficar na presidência da CBF até 2023. O dirigente, no entanto, enfrenta séria crise com escândalos de corrupção que atingem em cheio a entidade e há no meio esportivo quem aposte na renúncia.
A "modernização" do estatuto da CBF não é extensiva às federações. Mas a entidade que controla o futebol fez uma recomendação na assembleia para que as federações sigam o modelo e estabeleçam em seus estatutos o direito a apenas uma reeleição. "Todos vão seguir isso. Se eles aprovaram a medida unanimamente na CBF, por que não fariam o mesmo em seus redutos?", comentou o secretario geral da CBF, Walter Feldman.
Ele contou que seria "antidemocrático" a CBF impor a decisão às federações. "Elas têm autonomia. Mas todos entenderam o recado e estão de acordo", alegou.
De acordo com o presidente da federação do Paraná, Helio Cury, o caminho é irreversível. "No meu Estado, fizemos essa mudança em 2008", lembrou.
O recordista de mandatos entre as federações, Zeca Xaud, de Roraima, há 41 anos no poder, assumiu o cargo quando tinha 29 anos. Hoje, aos 70, se orgulha de ser o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo em um mesmo cargo.