Damião, Anelka... um 2014 de "micos" e até reforço fantasma
Alguns nem chegaram a jogar e outros decepcionaram após grande investimento: Terra relembra reforços que prometiam e frustaram em 2014
Decepção. O sentimento de esperar demais e receber de menos. Uma ilusão. Não foram poucos os torcedores que sentiram isso em 2014. O Mercado da Bola sempre cria esperanças enormes nas torcidas, mas nem sempre elas são correspondidas. Na atual temporada, são muitos os casos de reforços que chegaram com status e terminam a temporada em baixa.
Leandro Damião (Santos)
Leandro Damião saiu do Inter para o Santos por nada menos que R$ 42 milhões. Foi a maior contratação da história do time paulista. Mas só nos valores. Dentro de campo, o centroavante pouco fez: é contestado pela torcida pela pouca movimentação, frequentou bastante o banco de reservas e viu Gabigol ascender no time. É quase impossível ficar em 2015.
Adriano (Atlético-PR)
Adriano sempre causa manchetes por onde passa. Não foi diferente no acerto com o Atlético-PR para a Libertadores. Voltou a jogar profissionalmente e marcar pela equipe, mas novamente se perdeu. Cometeu deslizes profissionais, faltou em treinamentos e encerrou sua passagem com dispensa em abril. Desde então, não jogou mais e negocia com o futebol francês.
Walter (Fluminense)
Walter brilhou no Campeonato Brasileiro de 2013 com a camisa do Goiás e foi muito disputado no mercado para a temporada de 2014. Acertou com o Fluminense, mas virou um reserva de luxo no time carioca. Não foi titular absoluto com nenhum treinador e viveu à sombra de Fred. Acumulou jejuns de jogos sem marcar e em muitas partidas sequer entrou em campo.
Bruno César (Palmeiras)
Bruno César é tão pouco utilizado pelo Palmeiras que muitos nem lembram que o jogador (ainda) está lá. Contratado por empréstimo após longa negociação com o Al-Ahli, o meio-campista, que se destacou pelo Corinthians e passou pelo Benfica, teve desempenho muito aquém do esperado no time alviverde. Na reta final da temporada, sequer fica no banco durante alguns jogos em meio à disputa para fugir do rebaixamento.
Leandro (Palmeiras)
Tá certo que Leandro já estava no Palmeiras durante a Série B de 2014, sendo um dos destaques da campanha que terminou com o título. No entanto, o atacante só foi comprado oficialmente nesta temporada. Foram R$ 16 milhões gastos no jogador, que muito palmeirense gostaria de ver longe da equipe atualmente. Em 2014, o atacante pouco fez e amarga o banco de reservas.
Lúcio (Palmeiras)
Zagueiro experiente, pentacampeão do mundo... Não. Lúcio saiu do São Paulo encostado e "pulou o muro" para atuar no rival Palmeiras. O zagueiro foi titular absoluto durante praticamente o ano todo, mas isso não significa muita coisa. A defesa palmeirense foi a mais vazada do Brasileiro, com quase 60 gols sofridos, e Lúcio um dos piores no setor.
Luís Ricardo (São Paulo)
O atacante que com o passar dos anos virou lateral direito era um dos destaques da Portuguesa e chamou a atenção do São Paulo, que contratou o jogador para 2014. No clube do Morumbi, não rendeu o esperado. Perdeu espaço com Muricy Ramalho, que deixou o jogador como quinta opção para a lateral, preferindo até improvisar zagueiros ou volantes no setor.
Jadson (Corinthians)
O torcedor corintiano cansou de sofrer com Alexandre Pato e se animou com a troca por Jadson armada com o São Paulo. Carente de jogadores na posição, o meio-campista rapidamente ganhou a titularidade e fez boas atuações. Contudo, caiu de rendimento na sequência e terminou o ano como reserva de luxo do time de Mano Menezes.
Nicolás Lodeiro (Corinthians)
Lodeiro foi mais um que chegou ao Corinthians com grande expectativa. Jogador da seleção do Uruguai, era mais um a reforçar o setor do meio-campo do time alvinegro depois da pausa para a Copa do Mundo. Não teve tantas oportunidades e frequentou mais o banco de reservas do que os gramados.
Bolatti (Botafogo)
O volante argentino chegou ao Botafogo como um dos grandes nomes para a Libertadores. Emprestado pelo Inter, Bolatti foi titular em grande parte do ano, mas nem de longe foi capaz de evitar a queda da equipe para a Série B. Teve poucos jogos de destaque.
Juan Carlos Ferreyra e Pablo Zeballos (Botafogo)
O ataque de peso do Botafogo para a Libertadores de 2013 não vingou. Os dois ex-jogadores do Olimpia chegaram com a missão de levar a inédita taça ao clube carioca. Passaram bem, mas bem longe do feito.
Edinho (Grêmio)
O experiente volante chegou ao Grêmio com desconfiança da torcida, já que o atleta havia jogado por muito tempo no arquirrival Inter. No começo, a aposta da diretoria gremista funcionou e o jogador atuou em várias partidas no primeiro semestre. Depois da metade do ano, Edinho caiu no conceito e quase não jogou com Felipão. Deve ser liberado ao fim do ano.
Giuliano (Grêmio)
Contratado em junho sob grande expectativa pela passagem com destaque pelo Inter e por ter inclusive jogado na Seleção Brasileira, Giuliano ainda não provou o valor dentro das quatro linhas. É bem verdade, o meia-atacante pouco jogou e convive com lesões – volta aos treinamentos só em fevereiro do próximo ano por uma lesão no púbis.
Fernandinho (Grêmio)
Fernandinho foi outro que chegou ao Grêmio em julho e ainda não mostrou a que veio. Com passagens de destaque por São Paulo e Atlético-MG, o atacante teve a chance de atuar em poucos jogos como titular. É apenas coadjuvante no time gaúcho.
Marlone (Cruzeiro)
O jovem Marlone foi um dos poucos jogadores que se destacaram na fraca campanha do Vasco no Brasileiro de 2013, que terminou em rebaixamento para a Série B. O Cruzeiro venceu grande concorrência para levar o jogador, mas até aqui o meia-atacante não conseguiu corresponder dentro de campo e foi até vaiado por torcedores no Mineirão. Já foi dispensado pela equipe.
Maxi Biancucchi (Bahia)
O argentino Maxi Biancucchi, primo de Messi, rendeu uma disputa intensa em Salvador. Ídolo do Vitória, o jogador foi considerado um “traidor” por trocar o clube rubro-negro pelo rival Bahia. É titular com certa frequência do time tricolor, mas sua importância está bem longe da vista em 2013 pelo Vitória.
Extra 1: Nicolas Anelka (Atlético-MG)
Nicolas Anelka foi tão decepcionante que nenhum torcedor consegue lembrar dele dentro de campo. Pera. Pois é, ele não jogou. O francês envolveu-se em um dos maiores fracassos recentes de um time brasileiro em transferências. Anunciado pelo presidente Alexandre Kalil via Twitter no Atlético-MG, Anelka nunca chegou a vestir a camisa em Belo Horizonte. A negociação se arrastou e terminou tempos depois com trocas de farpas e acusações de mentiras dos dois lados.
Extra 2: você lembra destes jogadores no Palmeiras?
Torcedor palmeirense, seja honesto: você lembra de Bruninho, Rodolfo, Weldinho, Washington e Jaílson dentro de campo? Não? Pois é, é porque alguns nem atuaram no centenário alviverde. Bruninho, eu aposto, você nem lembra que foi contratado por quatro anos. Rodolfo é um atacante que veio do Rio Claro após bom desempenho no Sub-20, mas até aqui pouco fez. O lateral direito Weldinho chegou do Corinthians e só jogou no início do ano. O goleiro Jaílson apareceu em meio à má fase de Fábio e Deola, mas nem entrou em campo. Washington, volante do Penapolense, também chegou durante o medo do rebaixamento no Brasileiro e foi menos que coadjuvante.