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Benfica vai começar a pagar por Pedrinho daqui um ano, mas registro permite Corinthians antecipar valor total

19 ago 2020 - 16h28
(atualizado às 16h52)
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Corinthians e Benfica chegaram a um acordo sobre o imbróglio que envolve a compra de Pedrinho por parte da equipe portuguesa.

Nesta quarta-feira, Will Dantas, empresário do atleta, foi acompanhado de Giuliano Bertolucci, outro empresário que intermediou a negociação desde o início, em reunião com o presidente do Benfica, Luís Felipe Vieira, em Lisboa.

Um novo contrato foi assinado. O vínculo, até 2025, não foi alterado, mas o valor caiu de 20 milhões de euros para 18 milhões de euros (R$ 117 milhões na cotação desta quarta). Outra mudança é que o Benfica poderá pagar a primeira de cinco parcelas em agosto de 2021, e não mais agora.

O entendimento é de que a pandemia causou problemas financeiros inesperados, mas é sabido que os dirigentes portugueses ficaram muito irritados com a devolução de Yony González por parte do Corinthians.

O atacante colombiano esteve emprestado ao Timão até o meio do ano. O combinado previa a compra definitiva no valor de 3 milhões de euros após este período, mas o Corinthians se agarrou a uma cláusula do contrato para devolver o atleta. Como Yony não fez cinco jogos - fez quatro -, o Corinthians teve a prerrogativa de não assinar o novo vínculo, que seria de três anos.

Desta maneira, o Benfica decidiu que só registraria Pedrinho no TMS, sigla em inglês para o sistema internacional de transferências gerido pela Fifa, no último dia da janela, ou seja, em 31 de agosto.

O clube ainda teria cerca de 15 dias após a execução deste registro para fazer o primeiro depósito. Ou seja, o Corinthians só teria a grana na segunda quinzena de setembro.

Agora, com o novo contrato, apesar dos presidentes Andrés Sanchez e Luís Felipe Vieira terem se tornado desafetos declarados nos bastidores, o Benfica se comprometeu a registrar Pedrinho no TMS já nesta quinta.

O acordo vai permitir que o jogador possa estrear pela sua nova equipe, vai dar um ano de respiro ao Benfica para honrar com o compromisso e também vai fazer com que o Corinthians não tenha mais problemas em antecipar o valor total da venda junto a uma instituição financeira.

Desde o caso Sala (relembre aqui), bancos e fundos de investimentos têm sido mais cautelosos e efetivado operações como estas apenas após a conclusão de todos os trâmites da transferência.

Com Pedrinho apresentado, o contrato assinado e o jogador registrado na Fifa, nada mais deve impedir que o Corinthians consiga a antecipação dos 18 milhões de euros acertados nesta quarta.

O clube alvinegro "engoliu" a condição proposta pelo Benfica de reduzir o valor da compra porque tomou ciência de que os portugueses estavam dispostos a brigar na Justiça desportiva. Mesmo que saísse deste eventual embate como vencedor, o Corinthians teria de esperar mais do que pode para receber a bolada.

Além disso, a cotação do euro também influenciou na decisão corintiana, pois 20 milhões da moeda europeia em março representavam cerca de R$ 105 milhões. Agora, mesmo com o abatimento de 2 milhões de euros, o Corinthians terá direito a aproximadamente R$ 117 milhões. Além disso, o clube se livrou de ter de pagar os 3 milhões de euros por Yony e de ter de arcar com o salário do atacante por três anos.

De todo o montante, o Corinthians ficará com 70% (aproximadamente R$ 82 milhões). O restante pertence ao empresário Will Dantas. O clube do Parque São Jorge também terá de arcar com a taxa da instituição que fará a antecipação do valor total.

No entanto, Corinthians e Dantas têm um acordo de parcelamento. O Timão fará o repasse dos 30% em três parcelas anuais e iguais.

Com tudo resolvido, o Corinthians agora deve cumprir com a promessa de quitar os salários atrasados do elenco, que neste momento se somam em três folhas, e também sanar pendências com atletas que procuraram a Justiça e até bloquearam valores das contas alvinegras.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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