Líder de grupo afirma: "Cabinda está em guerra"
Três dias depois de atacar o ônibus que levava a seleção do Togo, o grupo armado Frente de Libertação do Estado de Cabinda (Flec) ameaçou continuar realizando atentados no enclave angolano da região. Em declarações à BBC, o secretário-geral da Flec, Rodrigues Mingas, disse que a região está em guerra e que o alvo da frente não é a organização da Copa Africana de Nações, mas as Forças Armadas angolanas.
» Veja o mapa da região do atentado em Angola
» Polícia prende dois suspeitos por ataque à seleção de Togo
» Avião com seleção do Togo pousa em Lomé após atentado
» Togo pede para entrar na Copa Africana mais tarde, diz ministro
"Vamos continuar", afirmou Mingas, negando que sua organização tivesse cometido um crime.
"Nós não somos terroristas. Nós lutamos pela independência total de Cabinda pois fomos ocupados ilegalmente pelas forças angolanas", ressaltou. Mingas disse, também, que lamentava as três mortes ocorridas na sexta-feira.
"O nosso objetivo é atacar as forças de ocupação ilegal em Cabinda, não matar estrangeiros. No entanto, estes devem ter consciência de que a guerra continua em Cabinda", avisou.
O secretário-geral da Flec fez as advertências depois de a seleção do Togo ter abandonado Angola. O ataque sofrido pela equipe na sexta-feira deixou três mortos e vários feridos. Apesar das garantias de segurança das autoridades angolanas e da vontade dos jogadores, o governo togolês insistiu que a sua seleção regressasse ao país.
Num discurso na cerimónia de abertura da copa, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, prometeu que a competição vai continuar em Cabinda.
Por sua vez, o primeiro-ministro angolano, Paulo Kassoma, disse que vão ser reforçadas as condições de segurança.