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Libertadores

Corintianos veem clube omisso e criam vaquinha para família de boliviano

5 mar 2013 - 18h25
(atualizado às 18h57)
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<p>Grupo de torcedores pretende oferecer ajuda financeira à família Beltrán</p>
Grupo de torcedores pretende oferecer ajuda financeira à família Beltrán
Foto: Reprodução

Um grupo de torcedores criou nesta terça-feira uma página beneficente com o objetivo de ajudar financeiramente a família do adolescente Kevin Douglas Beltrán Espada, 14 anos, que morreu há duas semanas após ser atingido por um sinalizador na partida entre San José e Corinthians, em Oruro, pela Copa Libertadores da América. A ideia é arrecadar doações para os parentes do jovem boliviano, estimular uma reflexão sobre a tragédia e, de alguma forma, provocar a diretoria alvinegra a se envolver no tema.

O garoto morreu depois de ser atingido no rosto por um sinalizador naval, que foi disparado por torcedores corintianos após o gol de Paolo Guerrero no empate por 1 a 1. O clube brasileiro, como instituição, tem evitado se envolver no assunto. Contrariados com a omissão alvinegra, cinco torcedores – não necessariamente do clube da equipe do Parque São Jorge, já que até um palmeirense faz parte do quinteto - se mobilizaram com a criação da página "Precisamos falar sobre o Kevin", no site Vakinha, com o objetivo de arrecadar, ao menos, R$ 20 mil, que serão revertidos para a família Beltran.

"Conversando por aí, víamos que todo mundo ficou muito indignado com o que aconteceu e mostrou que ajudaria. É óbvio que dinheiro não substitui vida, não queremos pagar uma coisa com outra", explicou o jornalista Fabiano Rampazzo, um dos idealizadores da página, com Caetano de Pádua, Milly Lacombe, Daniel Palma e Felipe Medina.

"Precisamos falar sobre o Kevin", tomando emprestado o nome de um romance escrito por Lionel Shriver, estipula como prazo de arrecadação o dia 10 de abril, data em que o Corinthians receberá o San José na sexta rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores. Caso a família Beltrán não aceite as doações, os valores serão revertidos à Associação de Residentes Bolivianos (ADRB) em São Paulo.

"Acho que a grana é importante sim, não seremos hipócritas. E a Bolívia é de longe o país mais pobre da América do Sul. Mas mais do que isso, queremos que a família veja que há gente do outro lado da fronteira que está se importando com o caso. O cara que doa R$ 10, R$ 20, R$ 50 não doou só o dinheiro. Ele parou para pensar no Kevin, no que aconteceu. Isso promove uma reflexão", acrescentou Rampazzo.

O grupo ainda espera despertar a cúpula alvinegra para o caso. A diretoria vem adotando uma postura esquiva ao tratar do tema Kevin Beltrán e frisa que o Corinthians não possui qualquer ligação com os torcedores que foram a Oruro ver a partida contra o San José. Ainda assim, os idealizadores da página creem em um novo comportamento dos dirigentes.

"Penso que eles estão perdendo uma ótima oportunidade de se posicionarem de maneira adequada frente a um assunto que nem dependeu deles. O Corinthians, como um clube diretamente não é culpado por isso. Não entendemos a omissão do Corinthians, e daí surgiu a ideia de fazer essa ação", opinou Fabiano.

Fonte: Terra
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