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Copa do Mundo

Kremlin compara festa por classificação russa na Copa ao fim da 2ª Guerra Mundial

Sede do governo russo tenta capitalizar com vitória sobre a Espanha; deputado do partido de Vladimir Putin até propôs feriado nacional

2 jul 2018 - 10h51
(atualizado às 11h15)
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Num esforço para capitalizar sobre a vitória da seleção da Rússia sobre a Espanha, nos pênaltis, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, o Kremlin fez questão de comparar a festa nas cidades do país na noite de domingo ao dia da vitória na Segunda Guerra Mundial, em 1945.

"Se olharmos para as ruas de muitas cidades russas ontem (domingo) e incluindo Moscou, acho que seria comparável em muitos aspectos às imagens de 9 de maio de 1945", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, numa referência ao final da Segunda Guerra.

Na Rússia, 9 de maio é chamado de o dia da "grande vitória" e o confronto é denominado de "a Grande Guerra Patriótica".

A vitória inesperada da Rússia sobre a Espanha liberou uma onda de festas pelo país. O deputado Vitaly Milonov, do partido de Vladimir Putin, chegou a propor que o governo declarasse essa segunda-feira como feriado nacional para permitir que a população comemorasse e se recuperasse da vitória.

A comparação à Segunda Guerra Mundial não ocorre por acaso. No Kremlin, o esforço por mostrar um país potência e relevante no mundo passa por reforçar, internamente, o papel que Moscou teve em derrotar o Nazismo e forças fascistas. Hoje, é com esse discurso que Putin justifica ações na Ucrânia e em defesa da população russa em certas regiões.

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Para o chefe do Kremlin, o principal valor comum entre todas as regiões da Rússia deve ser o "patriotismo". O Estado acompanhou o jogo na Crimeia, região que há quatro anos foi anexada. Ali, a vitória também foi transformada em um palanque político, com governantes locais insistindo para o impacto que o resultado teria para o sentimento de "união nacional".

Durante a Copa do Mundo, Putin não deu sinais de que esteja hesitando em usar o torneio para promover sua ideia de patriotismo. Em cada mensagem a seus jogadores, o czar do Kremlin os coloca como representantes do orgulho de uma nação, poucas semanas demais uma eleição sua.

Na Fifa e entre os organizadores da Copa, a vitória também foi comemorada, já que mantém um país todo dentro do Mundial por mais uma semana. A audiência dos jogos tinha começado com números relativamente baixos. Na partida inaugural, dos 140 milhões de russos, apenas 18 milhões assistiram. As estimativas, porém, são de que isso mudou radicalmente desde o começo do evento.

Estadão
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