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Jovens do RS criam 'Letterboxd do futebol' e querem mudar forma como torcedores debatem jogos

Projeto de Santa Maria inspirado em site de avaliação de filmes, 'Futez' permite dar notas, comentar e registrar partidas preferidas em uma única plataforma

8 out 2025 - 14h42
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Projeto Futez foi criado em Santa Maria pelos jovens Giuliano Reginatto e João Tomazetti.
Projeto Futez foi criado em Santa Maria pelos jovens Giuliano Reginatto e João Tomazetti.
Foto: Divulgação/Futez / Estadão

De sites com análises de estatística em tempo real a debates engajados em páginas nas redes sociais, o futebol está totalmente integrado ao ambiente digital há pelo menos uma década. Diante desse cenário, dois jovens de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resolveram criar uma plataforma em que o público pode avaliar, comentar, debater e registrar suas partidas preferidas em um só lugar. Assim nasceu o Futez, que rapidamente ganhou o apelido de "Letterboxd do futebol".

A ideia surgiu em 2023, quando João Tomazetti, então estudante de Estatística na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), notou que usuários do X (antigo Twitter) criavam postagens simulando avaliações de partidas como se estivessem no Letterboxd, aplicativo popular entre fãs de cinema. As pessoas atribuíam notas, escreviam resenhas e até imitavam o formato visual da plataforma de avaliação de filmes. "Percebi que o comportamento já existia, só faltava um lugar certo para isso acontecer", contou João ao Estadão.

Ao serem questionados sobre qual seria o jogo nota 10, a resposta da dupla é a mesma: o empate por 3 a 3 entre Argentina e França na final da Copa do Mundo de 2022, no Catar. A seleção de Lionel Messi venceu nas penalidades e se sagrou tricampeã mundial. "Foi uma das melhores partidas que eu vi nos últimos tempos", comenta Giuliano. Inclusive, João revela que um de seus desejos é futuramente abrir uma seção de retrospectiva para debates de jogos antigos.

A dupla fundadora se surpreendeu com o tipo de engajamento. A maioria dos usuários usa o Futez como uma extensão da arquibancada digital — um lugar para desabafar, elogiar, comparar partidas e até revisitar jogos antigos. Os campeonatos mais populares são o Brasileirão, a Champions League e a Premier League, mas também há espaço para ligas menores, como a Série B e campeonatos estaduais.

Os sócios têm observado como o público se comporta dentro da plataforma e se preocupam em manter o ambiente saudável. O sistema inclui botões de denúncia e filtros automáticos de inteligência artificial que bloqueiam discursos de ódio, xenofobia ou conteúdo violento. Até agora, segundo os criadores, os incidentes são raros.

"Se o usuário enviar comentários de ódio ou algo do tipo, nossa IA já analisa e barra na hora. Felizmente, são pouquíssimos os que foram bloqueados até então", explica Giuliano.

Projeto em fase inicial, mas de olho no futuro

Por enquanto, o Futez opera sem fins lucrativos. O foco está no crescimento e na retenção de usuários, com melhorias constantes na interface e novas funcionalidades sendo testadas. O grande objetivo de curto prazo é o lançamento do aplicativo para smartphones, que já está desenvolvido e aguarda aprovação nas lojas da Apple e do Google Play — a expectativa é de que esteja disponível já na próxima semana.

Outro passo em andamento é a internacionalização. A plataforma já registra usuários do Chile, da Argentina e de Portugal, o que motivou a equipe a trabalhar na tradução automática e na separação por idioma, para que cada comunidade possa debater seus campeonatos locais.

No horizonte está também a busca por investimento e aceleração. João e Giuliano reconhecem que, com apenas duas pessoas na operação, há um limite para o crescimento orgânico.

"Chega um ponto em que a gente precisa de mais braços. O marketing, por exemplo, ainda é todo na base da tentativa e erro", admite João. "O Futez quer ser o lugar onde o torcedor volta depois do apito final para registrar o que sentiu, debater, comparar, guardar memória. O futebol é emoção e lembrança. A gente quer ser o ponto de encontro dessas duas coisas."

Estadão
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