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Janela de transferências fecha com grandes da Europa gastando menos

Sem contratações bombásticas, Velho Continente ainda enfrenta concorrência chinesa por reforços

31 jan 2019 - 21h28
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A janela de transferências foi encerrada nesta quinta-feira para os principais mercados europeus e o saldo mostrou que os clubes pisaram um pouco no freio. De acordo com números do site Transfermarkt, especializado no assunto, as ligas do chamado Big 5 (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália) movimentaram pouco mais de € 734 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) em contratações na atual janela de inverno, contra € 911 milhões (R$ 3,6 bilhões em valores da época) de 2018.

A queda representa uma interrupção na curva ascendente de gastos observada no Velho Continente nas últimas janelas de janeiro. Em 2o17, foram € 656 milhões (R$ 2,748 bilhões) desembolsados pelos clubes das cinco ligas mais importantes. Um ano antes, € 423 milhões (R$ 1,772 bilhão).

"A janela esteve muito louca nos últimos tempos. Desde o Neymar, houve uma injeção de dinheiro muito grande e (o fato de) a própria janela esquentar no inverno vinha sendo meio estranho", explica Erich Beting, consultor de marketing esportivo.

Ele se refere ao fato de ser a outra janela, a do verão europeu (de julho a agosto), que costumava concentrar boa parte das negociações mais vultosas das equipes. A do ano passado, impulsionada ainda pelo fator Copa do Mundo, movimentou cerca de € 4,5 bilhões (mais de R$ 21 bilhões na época).

Mesmo assim, janeiro vinha sendo mês de negócios bombásticos. Em 2018, por exemplo, o Barcelona tirou Philippe Coutinho do Liverpool por€ 120 milhões (mais de R$ 472 mi). Na janela encerrada nesta quinta, a transação mais cara custou praticamente metade disso: o meia norte-americano Pulisic trocou o Borussia Dortmund pelo Chelsea por € 64 milhões (cerca de R$ 268 milhões).

"Em primeiro lugar há que se recordar que o montante de recursos gastos em janeiro de 2018 pelos clubes das cinco principais ligas representou aumento de 70% com relação ao mesmo período do ano anterior, o que demonstrou um aumento exponencial", analisa Eduardo Carlezzo, advogado especialista em direito esportivo. "Outro elemento que caracterizou a janela daquele período foram transferências pontuais e de alto valor, que normalmente ocorrem na janela de verão europeu, como foi o caso da aquisição do Coutinho pelo Barcelona."

Concorrência chinesa também ajuda a explicar janela europeia mais modesta

Outro fator ajuda a explicar a diminuição do ímpeto europeu: a forte concorrência do mercado chinês, cuja janela ainda seguirá aberta até o fim de fevereiro e já movimentou, até aqui, aproximadamente € 114 (R$ 477 milhões).

No top 10 das transações feitas na atual janela, por exemplo, duas foram para o Guangzhou Evergrande e envolveram jogadores brasileiros: Paulinho, que deixou o Barcelona por € 42 milhões (R$ 175 milhões), e Talisca, tirado do Benfica por € 19,2 milhões (R$ 80,4 milhões). Outro brasileiro integra a lista das dez maiores transferências. A ida de Lucas Paquetá o Flamengo para o Milan - € 35 milhões (R$ 146, 6 milhões).

Nesta quinta, especulou-se sobre uma possível ida do meia Willian, do Chelsea para o PSG, como forma de substituir Neymar, que ficará fora pelos próximos meses para se recuperar de lesão no pé direito. Seria, possivelmente, a negociação mais badalada desta janela, mas acabou não se concretizando. Quem acabou trocando de clube no apagar das luzes da janela foi o lateral Emerson, do Atlético-MG, rumo ao Barça.

Estadão
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