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Futebol Internacional

Zidane deixa história de lado e aposta todas as fichas contra a Juve

3 abr 2018 - 09h01
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A Juventus recebe o Real Madrid nesta terça-feira, no Allianz Stadium, pelo jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões. Mais do que um confronto envolvendo dois gigantes europeus, mais do que a reedição da final da temporada passada, a partida marcará um novo duelo de dois clubes pelos quais Zinédine Zidane fez história, desta vez em Turim. Obviamente a identificação do francês com a agremiação merengue é muito maior, no entanto, com a camisa bianconeri, Zizou também encantou os amantes do futebol, superando as críticas e as dúvidas depois de um início turbulento no Norte da Itália.

Deixando o status de um dos melhores jogadores do mundo para trás e se estabelecendo como um dos principais treinadores do planeta na atualidade, Zinédine Zidane já soma oito títulos à beira do campo liderando a estrelada equipe do Real Madrid e nesta terça-feira terá a missão de novamente confirmar o favoritismo de seu clube sobre a Juve, desta vez na cidade onde foi alçado para o mais alto nível do futebol mundial em seus tempos de atleta.

Após frustrar os planos da Juventus na temporada passada, quando superou o time italiano por 4 a 1 na final da Liga dos Campeões, em Cardiff, no País de Gales, o time de Zidane terá pela frente um adversário com sede de vingança e disposto a, enfim, dar o único troféu que falta a Gianluigi Buffon, que, aos 40 anos, sabe que não terá muitas outras oportunidades para erguer a "Orelhuda".

Com chances mínimas de vencer o Campeonato Espanhol e fora da Copa do Rei, Zidane, para não encerrar a temporada em branco pela primeira vez desde que iniciou sua trajetória como treinador profissional, aposta todas as suas fichas no campeonato que o Real Madrid mais sabe disputar: a Liga dos Campeões. Basta saber se a estrela do francês de origem argelina irá brilhar mais uma vez contra o clube que também ocupa um espaço em seu coração.

Juventus (1996-2001)

Zinédine Zidane desembarcou em Turim em 1996, logo após a Juventus ter vencido a Liga dos Campeões, contra o Ajax, nos pênaltis, no Estádio Olímpico de Roma. Depois de chamar a atenção com a camisa do Bordeaux, o francês tinha a missão de corresponder às expectativas defendendo a Velha Senhora, contudo, seu início na Itália não foi nada animador.

Compondo o meio-campo ao lado de Antonio Conte e seu compatriota Didier Deschamps, Zizou não convenceu por conta da sobrecarga defensiva que caiu sobre seus ombros. Sem conseguir se adaptar, não demorou muito para ser sacado do time titular, mas quis o destino que o francês ganhasse mais uma oportunidade com a lesão de Conte. Desta vez atuando mais solto e livre para chegar ao ataque, Zidane se tornou um legítimo "camisa 10" e daí em diante sua evolução com a camisa bianconeri foi meteórica.

Na Liga dos Campeões da temporada seguinte, Zidane foi fundamental para que a Juventus chegasse à uma nova decisão. Porém, desta vez, o time italiano levou a pior diante do Borussia Dortmund, que superou a Velha Senhora por 3 a 1 para ficar com o título. Coube ao meio-campista se consolar com o scudetto (título do Campeonato Italiano).

Em 1998 novamente uma desilusão. Com um time repleto de estrelas, a Juventus, desta vez, caiu para o Real Madrid na final em Amsterdã (1 a 0). Batendo na trave duas vezes seguidas no torneio continental e sem muitos êxitos coletivos - a Juventus conquistou "somente" o bicampeonato italiano -, Zidane, contudo, viveu uma de suas melhores temporadas individualmente, sendo premiado com o título de melhor jogador do mundo pela Fifa e com a Bola de Ouro pela revista France Football. Ele também aproveitou as decepções com a Juventus para chegar ao Mundial de 1998, realizado na França, com uma enorme sede de vitória. Resultado: França 3 x 0 Brasil, com direito a dois gols de Zizou na final contra os atuais campeões do mundo.

Real Madrid (2001 - 2006)

Passado o período de glórias com a Juventus, Zidane voltou a ser bem-sucedido com a camisa da Velha Senhora apenas em 2000, quando foi eleito novamente o melhor jogador do mundo pela Fifa. Com a seca de títulos na Itália, era chegada a hora de buscar novos ares, e o meia francês não hesitou ao receber uma proposta do todo poderoso Real Madrid, se tornando à época o jogador mais caro da história - ele foi negociado por nada mais, nada menos que 77,5 milhões de euros.

Ao contrário de sua temporada de estreia no time bianconeri, Zizou desembarcou na Espanha e logo conquistou a tão sonhada Liga dos Campões, inclusive, sendo o autor do golaço na final contra o Bayer Leverkusen, completando de voleio o cruzamento de Roberto Carlos no estádio Hampden Park, em Glasgow, na Escócia, para fazer 2 a 1. Ainda em 2002, Zidane também ergueu a Copa Intercontinental, em Yokohama, vencendo o Olimpia, do Paraguai, por 2 a 0, e a Supercopa da Uefa, ao superar o Feyenoord, da Holanda, por 3 a 1.

Jogando ao lado de estrelas como Ronaldo, Figo e Raul, Zidane via seu talento aflorar cada vez mais ao passo que o Real Madrid se estabelecia como o principal clube europeu no início da década. Na temporada seguinte ao título da Liga dos Campeões, o meia francês foi fundamental no título do Campeonato Espanhol e, posteriormente, da Supercopa da Espanha.

Sua consistência vestindo a camisa 5 do Real Madrid rendeu o prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa em 2003, o terceiro de sua carreira. Marcando uma era com o time merengue, Zidane, no entanto, viu a supremacia da equipe da capital espanhola sumir com a chegada de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona e as galácticas contratações do presidente Florentino Pérez, que trouxe ao Santiago Bernabéu nomes como David Beckham, Robinho, Julio Baptista, Michael Owen e Cicinho, mas não colecionou bons resultados com o time dos sonhos.

Por ironia do destino, Zidane reencontrou a Juventus quatro vezes depois que se transferiu para o Real Madrid, todas elas no mata-mata da Liga dos Campões. Apesar de estar agora do lado mais forte, o meia francês levou a pior na semifinal da temporada 2002/03 e nas oitavas de final da temporada 2004/05 depois de os merengues saírem na frente no jogo de ida em ambas as oportunidades.

Real Madrid como treinador (2016 - presente)

Após marcar presença no banco de reservas do Real Madrid como auxiliar técnico na gestão de Carlo Ancelotti, responsável por trazer a tão sonhada "La Decima" ao Santiago Bernabéu, e treinar a equipe B merengue, Zinédine Zidane recebeu a oportunidade de sua vida como treinador com a demissão de Rafa Benítez. Com pouco menos de seis meses no cargo, o ídolo madridista conseguiu o improvável: levar Cristiano Ronaldo e companhia ao título da Liga dos Campeões contra o Atlético de Madrid, em Milão.

Apesar do pouco tempo à frente do Real Madrid, os resultados e o nível de futebol apresentado pela equipe deram mais confiança para que Zinédine Zidane seguisse desenvolvendo seu trabalho de maneira sólida. Logo em seguida o treinador, que entrou para um seleto grupo de técnicos que ergueram a "Orelhuda" também como jogadores, conquistou a Supercopa da Uefa e o Mundial de Clubes da Fifa.

Na temporada seguinte, a primeira completa à frente do Real Madrid, era hora de Zizou provar que não havia apenas herdado o trabalho de seu antecessor. Dando sua cara à equipe, mantendo James Rodríguez fora do time titular e se mostrando bastante convicto de suas decisões, o ex-jogador conseguiu um feito inédito: faturar o bicampeonato da Liga dos Campeões desde que o torneio passou a ser chamado desta maneira.

Mas não foi apenas o título sobre a Juventus em Cardiff, no País de Gales, que fez Zidane ser ainda mais exaltado. O ídolo merengue também faturou o título espanhol da temporada 2016/17, o que não acontecia havia cinco anos, além de mais uma Supercopa da Uefa, Mundial de Clubes e Supercopa da Espanha.

Nesta terça, Zizou participará do confronto entre Real Madrid e Juventus pela sexta vez somadas as suas carreiras de jogador e treinador. Por enquanto, o francês soma três derrotas e três vitórias, no entanto, seu deu melhor em apenas uma oportunidade, na final da última Liga dos Campeões, já que perdeu a decisão da Champions de 1998 e foi eliminado na semi e nas oitavas do torneio continental nas temporadas 2002/03 e 2004/05, respectivamente.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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