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Liga dos Campeões

Messi faz 2 gols, Barcelona bate Liverpool por 3 a 0 e fica perto da final

Equipe catalã pode perder por até dois gols de diferença no jogo da volta no próximo dia 7, no Anfield

1 mai 2019 - 18h41
(atualizado às 19h50)
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Com direito a uma nova quebra de recorde de público nesta temporada europeia em um jogo no Camp Nou, que recebeu 98.299 torcedores nesta quarta-feira, o Barcelona venceu o Liverpool por 3 a 0, com dois gols de Messi e um de Suárez, e abriu larga vantagem nas semifinais da Liga dos Campeões.

Com o resultado, a equipe espanhola poderá até perder por dois gols de diferença no confronto de volta, no próximo dia 7, na Inglaterra, para se garantir na decisão da competição. E, caso marque ao menos um neste duelo no estádio Anfield, obrigará a equipe inglesa a fazer pelo menos quatro vezes, tendo em visto o maior peso dos gols fora de casa para efeito de desempate.

Para Messi, a noite foi inesquecível em vários aspectos. Além de ter marcado um lindo gol de falta para selar o 3 a 0, ele completou 600 bolas na rede com a camisa do Barça e ainda marcou pela primeira vez contra o Liverpool, diante do qual havia passado em branco em dois duelos anteriores.

O triunfo também fez o Barça ampliar a sua longa invencibilidade como mandante no Camp Nou, na Liga dos Campeões, para 32 partidas - não perde em sua casa pelo torneio desde 2013. Já o Liverpool amargou a sua primeira derrota desde o dia 7 de janeiro, quando foi superado pelo Wolverhampton por 2 a 1 em sua eliminação na Copa da Inglaterra.

POSTURA CUSTOU CARO

Com a vantagem de poder decidir a vaga na final em casa, no técnico Jürgen Klopp optou por escalar o Liverpool de forma mais conservadora nesta quarta-feira. Com Firmino fora das condições ideais após ter desfalcado a equipe na última rodada do Campeonato Inglês por motivo de lesão, o treinador abriu mão do trio ofensivo, escalou o holandês Wijnaldum como quarto homem de meio de campo e deixou o atacante brasileiro no banco.

Para completar, o comandante alemão acabou sacando o lateral-direito Trent Alexander-Arnold e escalou Joe Gómez, de características mais defensivas, na posição. No ataque, Mané e Salah foram para campo para formar a dupla ofensiva.

Pelo lado do Barcelona, a surpresa proporcionada por Ernesto Valverde foi a entrada do chileno Vidal no lugar do brasileiro Arthur no meio-campo. E ele apostou em um trio ofensivo com Philippe Coutinho, Messi e Suárez.

Com este desenho tático em campo, demorou um pouco para as duas equipes engrenarem e a primeira oportunidade mais clara de gol só aconteceu aos 13 minutos, quando Alba foi acionado em velocidade pelo lado esquerdo e cruzou para Messi. O argentino apareceu rápido para finalizar de primeira, mas acabou sendo travado por Robertson na hora do chute.

Mais efetivo, o Barça voltaria a aparecer com destaque aos 15 minutos, quando Messi tentou invadir a área e foi desarmado. No rebote, Coutinho arriscou o chute de fora da área e obrigou o seu compatriota Alisson a praticar a sua primeira defesa mais difícil no jogo.

Retraído e apostando muito nos contra-ataques, o Liverpool pouco incomodava o setor defensivo do Barça e, enquanto o time se mostrava previsível, Klopp precisou queimoar a sua primeira substituição após Keita se lesionar e sair para a entrada de Henderson no meio-campo.

Apenas três minutos após esta mudança, o Barça conseguiu abrir o placar aos 26. E o gol veio com Suárez, ex-jogador do rival inglês. Após receber passe de Coutinho, Alba deu belo passe da esquerda, o atacante uruguaio se infiltrou entre os defensores, se esticou todo para dar um carrinho e balançou as redes.

Apesar de sua história de grande artilheiro pelo Liverpool, no qual se tornou ídolo, Suárez comemorou o seu gol e encerrou um incômodo jejum na Liga dos Campeões. Ele não marcava em uma partida da competição desde 4 de abril do ano passado, quando fez contra a Roma, pelas quartas de final, antes de amargar uma sequência de nove confrontos sem conseguir vazar os goleiros adversários.

O gol obrigou o Liverpool a se soltar um pouco mais em direção ao ataque e, em dois lances em apenas um minuto, aos 33 e aos 34, Mané levou perigo após ser acionado por duas vezes por Henderson. Na primeira o senegalês foi parado por Sergi Roberto e na segunda finalizou por cima da meta de Ter Stegen.

LIVERPOOL VOLTA MAIS FORTE

Após um primeiro tempo sem grande inspiração, o time inglês voltou para a etapa final com uma postura bem mais ofensiva e já no primeiro minuto quase empatou o jogo. Salah iniciou uma bela jogada que passou por Wijnaldum, que ajeitou para Milner bater no canto esquerdo de Ter Stegen. O alemão saltou e praticou bela defesa para evitar o gol.

Disposto a matar o jogo no contra-ataque, o Barça recuou as suas linhas defensivas e passou a ser pressionado pelo Liverpool, que obrigou o goleiro do Barça a fazer mais duas boas intervenções antes dos 15 minutos. Ele primeiro espalmou uma finalização rasteira de Salah e depois foi seguro ao agarrar um chute frontal de Milner.

Ciente de que o Liverpool começava a tomar conta do jogo, Valverde resolveu sacar o sumido Coutinho e colocou Semedo em campo. O português passou a ocupar a lateral direita e Sergi Roberto foi deslocado do setor para o meio de campo.

A mudança deu maior poder de marcação ao Barça, que começou a chegar mais ao ataque e desperdiçou uma ótima oportunidade de ampliar aos 18 minutos, quando Messi achou Vidal nas costas da zaga pelo lado esquerdo da área. Com o liberdade, o chileno tinha ótima condição para finalizar cruzado, mas preferiu dar o passe no meio a Suárez. Van Dijk estava no caminho da bola e fez o corte.

O Liverpool não conseguia manter a mesma volúpia ofensiva do início desta etapa e passou a sofrer defensivamente. E o Barça acabou encontrando o caminho do segundo gol aos 30 minutos. Messi partiu com a bola e foi desarmado pelo brasileiro Fabinho, mas a bola acabou sobrando para Sergi Roberto. Van Dijk dividiu com o espanhol e, em nova sobra, Suárez finalizou usando o joelho. A bola pegou no travessão e voltou limpa para Messi. Com o gol vazio e Alisson batido no lance, o argentino matou no peito e só precisou tocar a bola para as redes.

Em desvantagem de dois gols, Klopp sacou Wijnaldum e mandou Firmino a campo. Mas quem marcou de novo foi o Barça, desta vez com uma pintura de Messi. Aos 36 minutos, em uma linda cobrança de falta, o argentino acertou com precisão milimétrica o ângulo de Alisson, no limite da junção entre o travessão e a trave direita do goleiro brasileiro, que nada pôde fazer para evitar o gol.

Infeliz no ataque, o Liverpool desperdiçou uma chance inacreditável de descontar o placar em seguida, aos 38, quando Firmino finalizou e viu Rakitic salvar o gol em cima da linha. No rebote, com a meta praticamente aberta à frente e Ter Stegen batido no lance, Salah finalizou na trave.

Nos acréscimos, o Barça teve três ótimas oportunidades de ampliar o placar em rápidos contra-ataques. Primeiro com Suárez e depois em duas ocasiões com Dembélé, que havia acabado de entrar no lugar do uruguaio e, na cara do gol, finalizou por cima de Alisson e depois chutou mascado nas mãos do goleiro brasileiro.

Mas o estrago já estava feito pelo Barcelona, que deu um enorme passo para avançar à final, na qual terá pela frente o ganhador da semifinal entre Tottenham e Ajax. O time holandês ganhou o duelo de ida por 1 a 0, na última terça, e jogará por um empate para ir à decisão, na próxima quarta-feira, em Amsterdã.

Estadão
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