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Liga dos Campeões

Liga dos Campeões e ausência de concentração atraem jogadores para Malta

Jogadores brasileiros aumentam presença na ilha europeia e fazem sucesso nos campeonatos locais

17 mar 2019 - 04h43
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O futebol maltês está longe das transmissões de televisão, das cifras milionárias e dos estádios lotados e modernos. Mas ainda assim consegue realizar uma ambição esportiva grandiosa dos brasileiros que se transferiram para lá. A chance de disputar a Liga dos Campeões da Europa é um dos atrativos.

Como o país dá ao campeão da liga nacional vaga na fase prévia do principal torneio de clubes do continente, vários brasileiros já conseguiram jogar na competição. O representante de Malta entra sempre na primeira etapa eliminatória e se passar por outros três mata-matas, terá a honra de entrar também na fase de grupos. Nunca aconteceu.

"Eu jogo aqui pelo privilégio de poder disputar uma Liga dos Campeões. Eu já consegui realizar esse sonho e ainda fiz gol", disse o atacante Jorginho ao Estado. O baiano de 33 anos defende o Birkirkara, mas em 2017 fez três gols na Liga pelo Hibernians em confronto com o Tallinn, da Estônia.

"Foi uma pena que não teve o hino da Liga dos Campeões antes do jogo. Como era fase prévia, não tocava a música no estádio", brincou Jorginho, que está na sétima temporada pelo quarto clube diferente no país. Os brasileiros que se mudam para Malta contam encontrar uma realidade bem diferente no futebol local, principalmente em estádios. O país só tem duas arenas com grama natural. Nos demais estádios, as partidas são jogadas em campos sintéticos e com capacidade inferior para mil torcedores.

Pelo menos a rotina durante a temporada é bastante tranquila. A primeira divisão tem só 14 equipes e o campeonato nacional é disputado em apenas 26 rodadas. O deslocamento é simples, sem viagens de avião. Tudo é perto. No caso de Jorginho, que atualmente mora no sul da ilha, o jogo mais distante está a 45 minutos de sua casa.

Para o recém-chegado Tiago Adan, uma boa surpresa foi não ter concentração. "A gente tem de se apresentar só umas três ou quatro horas antes do jogo, para ver o vídeo e ter preleção. O treinador pede para descansar em casa e nos dá essa confiança", contou. É comum o encontro dos jogadores diretamente no estádio.

Quem mora lá garante não ter problemas com segurança e elogia o ensino nas escolas. Os filhos dos jogadores costumam ser alfabetizados em maltês, inglês e italiano.

A comunidade brasileira no futebol de Malta é unida. Grupos de Whatsapp ajudam a manter contato e a combinar encontros nas horas de folga. "Nós procuramos estar sempre juntos, para se ajudar e conversar. Fazemos cultos cada dia na casa de um", contou Adan.

SELEÇÃO

Apesar do investimento de Malta nos clubes do país, a seleção nacional ainda não conseguiu evoluir. A equipe está em 182º lugar no ranking da Fifa e jamais esteve perto de se classificar para competições como Copa do Mundo e Eurocopa.

Grande parte do elenco atua no próprio país. Malta não ganha uma partida oficial desde 2013, quando bateu a Armênia por 1 a 0, fora de casa, pelas Eliminatórias para o Mundial do Brasil. No último torneio classificatório, que valia vaga para a disputa na Rússia, a equipe empatou uma partida e perdeu nove. No fim deste mês a seleção maltesa vai iniciar a disputa por vaga na Eurocopa 2020. A expectativa na ilha é pelo primeira jogo como mandante, quando receberá a Espanha.

Estadão
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