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Liga dos Campeões

City desafia história do Real e aposta em sua força caseira para abrir vantagem na Liga dos Campeões

Equipes se enfrentam nesta terça-feira, no Etihad Stadium, na Inglaterra, no jogo de ida pela semifinal

26 abr 2022 - 05h10
(atualizado às 05h10)
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Líderes e próximos do título de seus respectivos países, Manchester City e Real Madrid abrem, nesta terça-feira, a disputa por uma vaga na decisão da Liga dos Campeões. Apontada como nova "final" antecipada, o confronto entre o maior campeão e o time que vem flertando com a taça faz algum tempo terá seu primeiro ato no Etihad Stadium, na Inglaterra, a partir das 16 horas. O fator casa vem sendo um diferencial dos ingleses na atual edição e será a aposta diante da tradição merengue.

Pep Guardiola deu a letra nesta segunda-feira: "se o Manchester City jogar contra a história do Real Madrid, não terá chances." A ordem do treinador espanhol é esquecer as 13 conquistas do rival e buscar um bom resultado no Etihad. Invicto em seus domínios com quatro vitórias e um empate (com reservas diante do Sporting após 5 a 0 na ida das oitavas), o treinador aposta na força da torcida para levar uma vantagem a Madri, daqui oito dias.

"Será um teste incrível enfrentá-los, uma grande lição para nós. Queremos competir para melhorar, sabendo que sofreremos, mas atacando, como faríamos contra Bayern ou Barcelona", afirma Guardiola. Nas oitavas e quartas, o City abriu vantagem no duelo de ida e depois avançou com 0 a 0 diante de Sporting e Atlético de Madrid.

O confronto contará com dois ataques poderosos. Em 10 aparições na atual edição, o Manchester City balançou as redes adversárias 24 vezes, duas a mais que os merengues, com 22, sendo 12 de Benzema. O francês precisa anotar uma vez para igualar o polonês Lewandowski, do já eliminado Bayern, no topo da artilharia. Com setor ofensivo eclético, os ingleses têm em Mahrez seu goleador. Ele anotou seis vezes.

"Sempre gostei do Real desde que joguei ou treinei o Barcelona. Gosto de muitas coisas neste time, a qualidade deles não é por acaso. Eles têm um alto nível em tudo e não é sorte", alerta Guardiola. "Todos os jogadores que o Real tem são muito bons", prega e já prevê como será o duelo na Espanha.

"Na dificuldade (em Madri) você vê jogadores que levantam o dedo e dizem aqui estou. Isso é o que melhor se fala de uma equipe. Eles não dão um passo à frente, dão dois." Guardiola prega respeito ao rival como um todo, mas não esconde preocupação com Benzema e a ótima fase de Vinícius Jr. a quem sofrerá para marcar com a suspensão de Cancelo. A escalação só sairá minutos antes de a bola rolar.

Uma coisa é certa: o sentimento do treinador é de vingança. Ele já enfrentou Carlo Ancelotti em uma semifinal, em 2014, e acabou batido duas vezes, quando ainda dirigia o Bayern: 4 a 0 e 1 a 0. No confronto com o italiano, outras quatro vitórias, mas em clubes, todas com City x Everton. Na história, será a nona semifinal da Liga dos Campeões disputada pelo treinador espanhol, que já amargou cinco eliminações e perdeu na final da edição passada.

Necessitando de um ponto para erguer o troféu espanhol, o Real Madrid chegou à Inglaterra esbanjando confiança para não repetir as fases anteriores, nas quais passou enorme sufoco.

No confronto contra o PSG, perdeu fora por 1 a 0 e saiu atrás em casa antes de buscar o 3 a 1. Já diante do campeão Chelsea, após ótimo 3 a 1 em Londres, levou 3 a 0 no Santiago Bernabéu, descontou apenas no fim e só se garantiu na prorrogação. Ancelotti cobra mais atenção e novamente investirá em sua dupla dinâmica da frente: Benzema e Vinícius Júnior.

O treino final veio com muita descontração e provocações dos companheiros ao francês, que não conseguiria anotar de longe. O artilheiro marcou e ainda fez aviãozinho para comemorar, arrancando gargalhadas do jovem brasileiro.

Nem tudo é felicidade para Ancelotti, contudo. Casemiro ainda está lesionado e pelo terceiro jogo deve dar lugar a Camavinga, um desfalque grande no meio-campo. Ancelotti trata como dúvida sua escalação, mas o garante na volta. Assim como não confirma Alaba. Evita dar pistas na escalação, mas não esconde sua apreensão para as semifinais.

"Temos que jogar bem aqui (na Inglaterra), pois como a regra mudou, será um embate mais aberto. Mas devemos levar em conta, também, que são 180 minutos", adverte Ancelotti. "Há um misto de felicidade, naturalmente, porque estamos muito perto da final da competição mais importante do mundo, e de preocupação porque temos pela frente uma equipe muito forte. Nesta Liga dos Campeões tivemos rivais muito duros, que no início eram os favoritos para vencer a competição. Correu tudo bem para nós e nesta terça também vamos lutar, sem dúvida."

Pregar total respeito é um mantra no Real. "É uma grande equipe. Eles trabalham juntos há muitos anos e isso gera uma dinâmica muito grande. Eles sabem o que jogam, os desengates que têm de fazer, os movimentos depois de perder a bola... Temos que estar preparados para poder reverter as qualidades deles e contribuir com as nossas", acrescenta Valverde, que pode ser deslocado do meio para a direita.

"Preparado para jogar onde o treinador escolher. Nossa cabeça está boa e temos de mostrar aos jovens que temos energia e caráter. Alimentamo-nos de quem tem mais experiência, colhendo o máximo de frutos possível para continuar crescendo."

Estadão
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