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Liga Europa

Após 2 vices, Griezmann só quer saber da vitória na final da Copa

Atacante francês tenta apagar frustrações com a perda dos títulos da Liga dos Campeões e da Eurocopa em 2016

15 jul 2018 - 05h12
(atualizado às 05h12)
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O título da Liga Europa que Antoine Griezmann conquistou pelo Atlético de Madrid neste ano não foi suficiente para apagar dois vice-campeonatos recentes. Ele foi derrotado na final da Eurocopa por Portugal e na Liga dos Campeões pelo Real Madrid. Ambas em 2016. A final de hoje é um acerto de contas com o passado de frustrações. "Joguei essas duas finais e perdi as duas. A terceira não é possível", afirmou o francês.

O atacante está em segundo plano, pois os holofotes estão todos em Mbappé. Mas ele continua sendo efetivo. Nas últimas 20 partidas pela França, Griezmann participou diretamente de 20 gols. Foram 12 gols e oito assistências.

Na Copa do Mundo, os números são ainda melhores. Ele teve participação direta em cinco dos dez gols dos Bleus na Rússia. Só o inglês Harry Kane foi mais ativo ao participar de seis gols. Dois exemplos. Diante da Bélgica, nas semifinais, ele bateu o escanteio para o gol do zagueiro Umtiti. Nas quartas de final, contra o Uruguai, ele fez um gol e deu a assistência para o outro, marcado pelo defensor Varane. "Foi o objetivo que estabeleci no começo da competição. Comecei devagar para chegar ao topo, e espero que aconteça na grande final", revelou.

Griezmann sintetiza todas as características que um atacante moderno precisa ter: velocidade, habilidade e finalização precisa. Na campanha atual, ele confessa que seu jogo mudou. Realiza mais vezes a função de garçom, aquele que dá o passe de lado, e menos a de finalizador. Ele foi artilheiro da Eurocopa com seis gols, mas o time ficou apenas com o vice-campeonato. "Meu jogo mudou, estou em uma função de dar o ritmo de que a equipe precisa, criar as chances fortes, segurar a bola ou acelerar. Se eu marcar, melhor, mas sou um jogador que pensa na equipe", disse. Contra a Bélgica, chegou a jogar atrás da linha do meio de campo.

Embora o atacante seja um dos mais queridos pela torcida, sua passagem pela seleção também teve problemas disciplinares. Em 2012, ele foi suspenso pela Federação Francesa após uma saída noturna da concentração não autorizada antes de jogo decisivo do time sub-20. Como punição, ficou fora de todas as equipes nacionais no período de novembro de 2012 a dezembro de 2013. Ele cumpriu a punição e teve de recuperar o prestígio e a confiança.

Ao fim do jogo da semifinal, Griezmann desabou no gramado e começou a chorar. Era o desabafo de um jogador que vem sendo importante para a França há tempos, mas que ainda precisa de um título, uma chancela para subir de patamar no futebol mundial.

BOM HUMOR

Mostrando um bom humor incomum nos últimos dias, principalmente após a vitória sobre a Bélgica, Griezmann deu a resposta mais espirituosa entre todas as coletivas realizadas na Copa da Rússia. O tema eram as críticas que o goleiro belga Courtois havia feito para o estilo da França, que considerou excessivamente defensivo. "Não, Courtois tem que parar com isso. Ele jogou no Atlético e foi campeão espanhol. Ele joga no Chelsea. Acha o quê, que joga no Barcelona? (risos)", ironizou, referindo-se ao estilo de jogo das equipes por onde passou. Detalhe: hoje, Griezmann joga no próprio Atlético de Madrid e recusou uma proposta para atuar no Barcelona.

Sempre cotado para o posto de melhor do mundo, o atacante do Atlético de Madrid afirmou que não pensa na homenagem. Além dele, seu colega Mbappé e o rival Modric estão no páreo. A disputa ficou mais acentuada com a eliminação precoce de Messi, Cristiano Ronaldo, Salah e Neymar. "Se ganharmos, com ou sem Bola de Ouro, não me importo nem um pouco. Quero ganhar a Copa do Mundo e farei tudo em campo para conseguir", afirmou.

Estadão
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