Início do Brasileiro na semana dos 100 mil: um gol contra?
Séries A, B e C começaram no fim de semana, com times afetados diretamente pela pandemia da covid-19
O gol contra de Filipe Luís no clássico desse domingo no Maracanã, na vitória do Atlético-MG sobre o Flamengo por 1 a 0, pode servir como metáfora para a abertura do Brasileiro, em suas três principais divisões. No fim de semana em que o País alcançou a soma de 100 mil mortes por covid-19, estariam clubes, seus jogadores, árbitros e afins em condições de dar início a uma competição tão longa, com dezenas de rodadas?
Pode-se argumentar que a maioria deles completou os jogos finais de seus respectivos estaduais antes de se debruçar no Brasileiro. Isso também teria sido conveniente?
Os dados mostram a complexidade do problema. O confronto entre Goiás e São Paulo foi adiado minutos antes do horário previsto para o jogo – nesse domingo -, quando o time paulista já estava em campo, no Estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia. Após a confirmação de que dez atletas do time goiano (oito titulares) testaram positivo para a covid-19, a CBF e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acataram pedido do Goiás.
Na quarta-feira (12), a tabela prevê Athletico x Goiás, em Curitiba. Seria correto impor a presença do time do Centro-Oeste nessa partida sem oito de seus titulares, acometidos pela covid-19?
As consequências do coronavírus na estreia do Brasileiro 2020 foram mais extensas. Na Série B, o CSA até que conseguiu três pontos ao vencer o Guarani por 1 a 0, no sábado, em Maceió. Mas, teve de abrir mão de nove jogadores que também testaram positivo, na véspera, sexta-feira (7), para a doença do século.
Já no domingo, Treze x Imperatriz, pela primeira rodada da Série C, sofreu o mesmo desfecho que Goiás x São Paulo: adiado por conta da covid-19, com nove jogadores do time maranhense infectados. A partida seria realizada no Estádio Ernani Sátyro, em Campina Grande (PB), e a decisão de remarcação de uma nova data para o jogo pegou muita gente de surpresa, incluindo o time todo do Treze, que aproveitou a presença no estádio para realizar um treino no horário da partida.
Essas situações, logo na estréia das Séries A, B e C, seriam um prenúncio de que a CBF deveria esperar mais tempo? Que os riscos de contaminação ainda são iminentes entre jogadores de futebol em atividade coletiva? E agora? O que fazer?