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Hayatou diz que tentou evitar saída de Togo da Copa Africana

12 jan 2010 - 18h21
(atualizado às 20h40)
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O presidente da Confederação Africana de Futebol, o camaronês Issa Hayatou, afirmou nesta terça-feira que tentou evitar a saída de Togo da Copa Africana de Nações, argumentando com os dirigentes togoleses que era preciso "salvar" a competição.

"É verdade que o que eles (a delegação de Togo) viveram foi uma experiência que poderia abalar qualquer um e compartilhamos sua tristeza, sua dor. Mas disse-lhes que deveríamos salvar o melhor que temos na África: a Copa Africana de Nações. Não há um evento no continente que possa ser comparado a essa competição", disse Hayatou à rede de televisão Eurosport.

O incidente com a seleção togolesa aconteceu na sexta-feira, pouco após a equipe cruzar a fronteira do Congo com a província angolana de Cabinda, onde disputaria partidas pela primeira fase da Copa Africana de Nações.

O ônibus que transportava os jogadores, apesar de escoltado pela polícia angolana, foi metralhado por membros da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (Flec), organização separatista que assumiu a autoria do atentado.

O ataque deixou pelo menos dois mortos na equipe - o assistente técnico da seleção, Abalo Amelete, e o assessor de imprensa, Stan Ocloo. Houve também vários feridos, entre eles o goleiro reserva Kodjovi Obilale, que recebeu um tiro nas costas e está internado em estado grave. Por causa do atentado, o governo de Togo pediu a retirada da seleção do torneio.

Hayatou, no entanto, pediu aos dirigentes togoleses para que mudassem de opinião. "Disse-lhes que não era uma boa ideia, que a vida devia continuar."

"Nós não desclassificamos Togo. Eles pegaram as bagagens e foram embora. Nós apenas notificamos sua ausência. A Copa Africana não pode mudar suas próprias regras, não podemos abrir exceções", disse.

Neste sentido, o presidente da CAF explicou os motivos pelos quais não foi aceito o pedido da seleção de Togo de entrar mais tarde na competição. "Se nós aceitarmos adiar as partidas, como nos foi proposto, as outras seleções que enfrentariam Togo aceitariam essas mudanças?", questionou.

"Por essas razões, preferimos aceitar a retirada ao invés de criar problemas no seio da família do futebol africano", explicou Hayatou.

Representantes das delegações de Costa do Marfim, Gana, Mali e Malauí manifestaram sua preocupação em jogar na província de Cabinda, onde aconteceu o ataque terrorista, mas o presidente da CAF garantiu a segurança na sede.

"O atentado não aconteceu na cidade de Cabinda, mas em um ônibus. Não na cidade, há pessoas vivendo lá. Por que as equipes deveriam estar preocupadas? Há gente que mora lá", afirmou.

Temendo reação de outros países, CAF descartou eventual retorno de Togo à competição
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Foto: EFE
EFE   
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