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Guia do Brasileirão 2020: Com atraso por causa da covid-19, Brasileirão começa sem torcida

Principal competição nacional começa neste sábado com preocupações e um calendário bem diferentes

8 ago 2020 - 05h10
(atualizado às 05h10)
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Com mais de três meses de atraso, o Campeonato Brasileiro começa neste sábado com 19 clubes buscando tirar o título que está nas mãos do Flamengo, mais uma vez o grande favorito. A competição deste ano será bem diferente da edição de 2019, já que o calendário sofreu alterações em razão da pandemia do novo coronavírus, que fará com que as partidas, por tempo indeterminado, sejam realizadas sem a presença de torcedores nos estádios.

O Brasileirão iria começar em 2 de maio, mas em razão do surto da covid-19, que paralisou as competições no Brasil por cerca de três meses, a data foi alterada pela CBF para este sábado. O término, previsto inicialmente para o começo de dezembro, passou para 24 de fevereiro de 2021, como jogos invadindo os festejos de Natal e Ano Novo.

Mesmo com tantas mudanças, a CBF manteve o regulamento dos últimos anos. São 20 clubes, que se enfrentam em turno e returno e o time que mais pontuar será declarado o campeão. Os seis primeiros colocados vão para a Copa Libertadores de 2021 e os seis seguintes para a Copa Sul-Americana (lembrando que o número de classificados pode alterar se alguma equipe ficar na zona de classificação para um torneio continental e ser campeão da Libertadores, Copa do Brasil ou Sul-Americana).

Além das partidas serem realizadas sem torcida, a pandemia fez com que a CBF estabelecesse uma diretriz detalhada de cuidados com o novo coronavírus e fixasse uma rotina diferente da habitual. Jogadores, técnicos e árbitros terão testes regulares e vão encarar mudanças até no cerimonial pré-jogo. Execução de hinos e cumprimentos entre os atletas estão vetados.

Três dias antes de cada partida os 23 atletas de cada time, os dois técnicos e os quatro árbitros passarão por testes do tipo RT-PCR, que serão bancados pela entidade e realizados no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se ter amostras mais uniformes. Ou seja, serão 52 exames por jogo. O material será enviado para análise e em até 24 horas os resultados precisam estar prontos.

Times no Brasileirão 2020

Em campo, os clubes terão novidades para apresentar às suas torcidas em comparação com a edição anterior. Favorito ao título, o Flamengo defenderá a conquista de 2019 sem o técnico português Jorge Jesus, que recentemente acertou a sua volta ao Benfica. A diretoria foi então à Europa atrás de um novo estrangeiro e trouxe o espanhol Domènec Torrent, que foi auxiliar de Pep Guardiola no Barcelona, no Bayern de Munique e no Manchester City.

Na caça ao Flamengo estão clubes como Palmeiras, Atlético-MG e a dupla gaúcha formada por Grêmio e Internacional. O time paulista tem como técnico o experiente Vanderlei Luxemburgo, que busca voltar às glórias do passado - foi campeão brasileiro pelo clube alviverde na década de 1990 -, mas perdeu o atacante Dudu, um de seus destaques, para o futebol árabe.

No Atlético-MG, a esperança está depositada no trabalho do técnico argentino Jorge Sampaoli. Com ele, o Santos ficou com o vice-campeonato em 2019 e ameaçou por um tempo o domínio do Flamengo. Já do Sul do País, Grêmio e Internacional também começam o Brasileirão sonhando alto com o título. O time tricolor conta com a estrela de seu treinador Renato Gaúcho, mas pode perder o atacante Everton Cebolinha para o exterior, e o colorado tem o argentino Eduardo Coudet no comando e o peruano Paolo Guerrero no ataque como as principais armas.

Por falar em estrangeiros, eles estão aos montes neste Brasileirão. São inúmeros sul-americanos entre atletas e membros de comissões técnicas, o espanhol Torrent no Flamengo - o português Jesualdo Ferreira caiu antes da estreia do Santos - e até um jogador asiático e um africano. Esses dois estão no Botafogo: o meia japonês Keisuke Honda e o atacante marfinense Salomon Kalou.

Transmissão dos jogos

Até o ano passado, Grupo Globo (TV Globo, SporTV e Premiere) e Turner (TNT) dividiam as transmissões. Quando o jogo era entre equipes que tinham acordo com emissoras diferentes, ninguém passava. Mas em junho deste ano, a Medida Provisória 984, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, determinou que os direitos de transmissão passam a ser apenas do time mandante. E deu-se início a uma grande confusão que já pôde ser vista durante o Campeonato Carioca.

Alguns advogados e clubes defendem a ideia de que a MP só vale para novos contratos. Ou seja, o Brasileirão não sofreria alteração até 2024, quando encerra o atual contrato. Mas há uma outra leitura de que a MP já vale neste momento. Então, uma emissora poderia passar a partida de um time com quem tenha parceria, mesmo que o adversário tenha fechado com a concorrência. Por enquanto, seguem os direitos do ano passado. O Red Bull Bragantino é o único time que não tem acordo com qualquer emissora.

Estadão
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