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Futebol feminino

'Mal posso esperar para começar', diz novo treinador da seleção feminina de futebol dos EUA

Vlatko Andonovski assume equipe campeã do mundo com o desafio de garantir classificação para Tóquio-2020

30 out 2019 - 10h11
(atualizado às 10h29)
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Vlatko Andonovski, o novo treinador do time feminino de futebol dos Estados Unidos, conhece o lugar que a equipe ocupa no esporte. Ele sabe que dele se espera que o time vença todos os jogos e domine todos os torneios. Ele sabe ainda que suas atuações são há muito tempo o padrão ouro no futebol feminino e sabe que a expectativa é de que nada que faça venha a mudar isso.

Talvez não fosse necessário lembrar Andonovski na segunda-feira, seu primeiro dia como técnico dos EUA, de que sua antecessora, Jill Ellis, havia vencido as duas últimas Copas do Mundo e que ela não havia perdido nenhum jogo em nenhuma delas. "Obrigado", ele brincou em uma entrevista coletiva, "por colocar mais pressão".

Na realidade, Andonovski entrará em seu trabalho plenamente consciente dos desafios que estão por vir e mais bem posicionado do que a maioria. Imigrante macedônio de 43 anos de idade que ganhou experiência como jogador nas ligas europeias e no futebol de salão antes de ser treinador, Andonovski passou os últimos sete anos na Liga Nacional de Futebol Feminino. Por cinco vezes, liderou suas equipes - incluindo as capitãs da seleção nacional, Becky Sauerbrunn e Megan Rapinoe - para a pós-temporada.

Foi na NWSL, de fato, que ele chamou a atenção da gerente geral da nova equipe nacional de futebol americano dos EUA, Kate Markgraf. Enquanto Markgraf fazia dezenas de ligações para treinadores e jogadores atuais e antigos em sua busca pelo substituto de Ellis, o nome de Andonovski continuava aparecendo. Ele conquistou tanto Markgraf quanto a equipe técnica da liga americana de futebol, com uma apresentação que fez durante sua entrevista em Chicago. O conselho de futebol dos EUA aprovou sua contratação por unanimidade. "Mal posso esperar para começar", disse Andonovski na segunda-feira. "Estou ansioso pelo primeiro dia em campo".

Esse dia chegará rapidamente: a equipe terá dois amistosos na próxima semana - contra a Suécia (em 7 de novembro) e Costa Rica (10 de novembro) - e se reunirá no início do próximo ano, quando os Estados Unidos sediarem o torneio de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Colocar a equipe nos Jogos, disse Andonovski, "será a primeira coisa na agenda".

Mas ele assume em um momento crítico. No time feminino, Andonovski herda um elenco cheio de jogadoras confiantes em seus talentos e opiniões, mas também em um processo de discriminação de gênero contra o futebol dos EUA; um que se espera que recupere o título olímpico, que perdeu em 2016 após três campeonatos consecutivos; e um que tentará atender às grandes expectativas, restringindo programas europeus emergentes que ameaçam prejudicar a primazia de longa data das americanas.

"O que essa equipe fez e o que Jill fez é incrível", disse Andonovski . 'Jill foi contratada para vencer uma Copa do Mundo e ganhou duas. Apenas elevou ainda mais os padrões." Mas ele reconheceu que a equipe precisava "evoluir" para permanecer no topo." O motivo é que o jogo está evoluindo de Copa do Mundo em Copa do Mundo, mas também está evoluindo ano a ano", disse ele. "Se não seguirmos essas tendências, todas as outras equipes nacionais nos alcançarão. Mas, ao mesmo tempo, não quero apenas seguir as tendências; quero definir essas tendências. Queremos ser criativos e ser líderes nisso."

Por esse motivo, disse Andonovski, ele planeja usar cada campo de treinamento para iniciar o processo de longo prazo de orientar a equipe em sua própria evolução. Talvez isso seja ainda mais difícil para um novo técnico do que os desafios em campo que virão, já que refazer a equipe no próximo ciclo da Copa do Mundo provavelmente envolverá o descarte de alguns nomes familiares e a introdução de novos rostos." O mais importante é quem pode fazer o trabalho", disse ele sobre a possibilidade de ter de liberar algumas veteranas. "O que importa é o desempenho." / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

Estadão
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