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Falhamos e jogamos um futebol apenas regular, afirma Neymar

10 jul 2014 - 21h11
(atualizado às 22h04)
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O atacante Neymar assumiu um papel de liderança na seleção brasileira também fora de campo e reconheceu, nesta quinta-feira, que a equipe falhou na Copa do Mundo por ter demonstrado um futebol apenas "regular", perdendo a chance de entrar para a história com a conquista do título mundial em casa.

O camisa 10 foi o primeiro jogador da seleção a conceder uma entrevista coletiva desde a goleada de 7 x 1 sofrida contra a Alemanha, e admitiu a decepção com a campanha do Brasil na Copa do Mundo como um todo.

"A gente teve a oportunidade, fizemos de tudo para conseguir ser campeões do mundo no nosso país, marcar nosso nome na história de forma positiva, e falhamos, deixamos a desejar", afirmou Neymar em entrevista coletiva no centro de treinamento da Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

"Sabemos que não fizemos uma campanha boa demonstrando o nosso melhor futebol, o futebol de seleção brasileira. Demonstramos um futebol regular e, por isso, chegamos às semifinais, mas não um futebol de seleção brasileira, superior, que encanta a todos", acrescentou.

Neymar fraturou uma vértebra na partida de quartas de final contra a Colômbia, na sexta-feira passada, após receber uma joelhada nas costas e ficou fora do restante de seu primeiro Mundial, inclusive do jogo com os alemães.

O jogador voltou à Granja Comary nesta quinta-feira para dar apoio aos companheiros na busca pelo terceiro lugar da Copa, contra a Holanda, no sábado, em Brasília. Segundo Neymar, a lesão e a goleada sofrida pelo Brasil fizeram dos últimos dias "uma das piores semanas" que teve na vida.

Contra a Alemanha, o Brasil tomou quatro gols em seis minutos e já estava perdendo por 5 x 0 com menos de 30 minutos, e Neymar afirmou que sentiu vergonha pela forma com que o time perdeu.

"A gente se sente humilhado e envergonhado, porque a gente não queria isso", disse ele, acrescentando ter orgulho por ter jogado com seus companheiros de seleção.

A atitude do jogador de reconhecer o fracasso do Brasil foi um contraponto ao técnico Luiz Felipe Scolari e ao coordenador Carlos Alberto Parreira, que colocaram a culpa pela goleada de 7 x 1 numa "pane" de seis minutos e não admitiram os problemas que o time teve ao longo de toda a Copa.

Neymar, de 22 anos, disse que apesar da campanha fracassada seria injusto marcar para sempre os atuais jogadores da seleção pela goleada contra a Alemanha, como aconteceu com o time que perdeu para o Uruguai na final da Copa de 1950 no Maracanã.

"Daqui para frente espero que a gente seja alegre como sempre. Não é por causa de uma derrota histórica que a gente tem que abaixar a cabeça e andar de cabeça baixa, faz parte do futebol. O esporte é assim, você está em campo para ganhar ou perder", afirmou.

O atacante certamente será o principal nome da equipe pelos próximos quatro anos até a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, e disse que vai buscar treinar cada vez mais para estar melhor no próximo Mundial.

"Eu vou tirar lição de tudo", disse. "Tenho que querer mais, tenho que treinar mais, fazer tudo mais, porque se viu que uma Copa do Mundo é muito nivelada. Para se alcançar o título tem que ter o algo a mais", afirmou.

Perguntado se gostaria de continuar tendo Felipão como técnico da seleção, o jogador se esquivou de uma resposta direta, mas criticou a cultura do futebol brasileiro de trocar os treinadores após resultados ruins.

"O futebol não é assim, eu aprendi que não é assim. Eu sempre convivi com isso, mas a gente aprende na derrota também. Não estou falando que não tem que mudar, só estou falando que essa mania de quando se perde tem que mudar não é assim. Quando se perde tem que corrigir, trabalhar, treinar. Isso é mais importante", afirmou Neymar, que saiu aplaudido por repórteres da entrevista.

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