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Sem poder acompanhar os jogos, torcedores enfeitam estádios com bandeiras e faixas

Em partidas sem públicos por causa da pandemia do coronavírus, torcida busca se sentir representado e incentivar os jogadores

31 jul 2020 - 10h10
(atualizado às 15h46)
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Depois de quatro meses de paralisação, a bola voltou a rolar no futebol brasileiro nas últimas semanas. Mas os torcedores ainda estão impedidos de frequentar os estádios para acompanhar seus respectivos times em razão da pandemia do novo coronavírus, e não há data para voltarem. Para minimizar essa ausência, eles passaram a enfeitar os estádios com faixas e bandeiras, uma forma de se sentirem representados nas arquibancadas.

Além das tradicionais uniformizadas, grupos de torcedores se organizaram para exibir as bandeiras nos estádios. É o caso do "Febre Verde", do Palmeiras, que estendeu bandeiras de 14 ídolos do clube no Allianz Parque nas partidas do time no Paulistão. O gerente de projetos Cesar Augusto Rosa, de 37 anos, contou como surgiu a ideia.

"Levamos essas bandeiras desde 2017 no Setor Gol Sul, do lado oposto das torcidas organizadas que já colocam as delas. Quando os jogos iam voltar, o Palmeiras soltou um comunicado no site dizendo que as bandeiras poderiam ser recolocadas. Eu mandei o e-mail e levamos tudo para o estádio", disse Cesar, que forma o grupo "Febre Verde" ao lado dos amigos Bruno Veitonis, Thiago Assafe, Vagner Silvestre e Bruno Baungartne.

Os 14 ídolos alviverdes estampados na bandeiras são: Marcos, Arce, Galeano, Alex, Ademir da Guia, Evair, Edmundo, Oseias, Cleber, Rivaldo, Felipão, Paulo Nunes, Sergio e Cesar Sampaio. A ideia é que os atuais jogadores se espelhem nos ídolos do passado. "Os jogadores podem pensar "quem sabe um dia eu não viro uma bandeira também". E para a gente, o sentimento é de que estamos sendo representados, estar presente, mesmo não podendo estar lá", comentou o torcedor palmeirense.

Em Santos, os torcedores da "Cachasantista" também estenderam suas bandeiras na Vila Belmiro. Eles organizaram uma vaquinha para levá-las com um motoboy de São Paulo até o estádio na Baixada. O empresário Guilherme Kastner, de 36 anos, ficou como responsável pelas bandeiras e por colocá-las nas arquibancadas da Vila.

"Ficamos sabendo que iria poder colocar bandeiras, Então, nos mobilizamos e trouxeram de moto para mim, porque eu moro em Santos, mais perto da Vila. A sensação de ver o estádio pronto para receber o jogo e ter de ir embora é ruim. Precisamos colocar as bandeiras, sair do estádio, ver o jogo em casa e depois voltar ao estádio para retirá-las", contou Guilherme, que também é conselheiro do clube. A maioria dos cerca de 40 torcedores da "Cachasantista" mora na cidade de São Paulo.

Com mensagens de apoio, a ideia é que as faixas incentivem os jogadores em campo. O Santos foi eliminado do Paulistão e voltará a jogar em no dia 9 de agosto pelo Brasileirão.

"A ideia é sempre mostrar que estamos presentes com o time. Além das organizadas, tem grupos de amigos, faixas de incentivo também. Fazemos parte do clube, não são só os 11 jogadores em campo, mesmo nesse momento", afirmou Guilherme.

Além das bandeiras, torcedores de Santos, São Paulo e Corinthians podem ser representados por meio de totens com sua foto nas arquibancadas. Foi um jeito de os clubes arrecadarem dinheiroa com os jogos sem público. O goleiro Cássio, do Corinthians, chegou a comprar duas peças para seus dois filhos.

Torcidas organizadas do São Paulo estenderam bandeirões no Morumbi
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Foto: Divulgação/T.T. Independente / Estadão
Estadão
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