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Raio-x da final: os pontos fortes e fracos de Palmeiras e Corinthians

Em momento de reconstrução no setor ofensivo, equipes têm pela frente a única chance de conquistar um título neste ano

3 ago 2020 - 13h19
(atualizado às 13h48)
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A partir da próxima quarta-feira a decisão do Campeonato Paulista reúne Palmeiras e Corinthians para dois jogos que terão grande peso para o restante do ano. Com elencos em reformulação, os dois times terão pela frente a única chance de título neste 2020. A temporada afetada pelo novo coronavírus levou as competições nacionais a serem adiadas para o ano que vem e deixou para o Estadual o peso de ser a única forma de trazer para a galeria de troféus uma nova taça.

O desafio para os técnicos Vanderlei Luxemburgo e Tiago Nunes é conseguir recompor os times com uma agenda apertada, com pouco tempo para treinar e ainda sem contar com substitutos para grandes perdas. As saídas de Dudu e de Pedrinho desfalcam os rivais, porém o clássico pode apontar o surgimento de novas estrelas para os dois clubes. O Estadão fez uma análise dos pontos fortes de cada um.

PALMEIRAS

Dono da melhor campanha, o Palmeiras teve atuações irregulares depois da paralisação pela pandemia. O time do técnico Vanderlei Luxemburgo sentiu a falta de Dudu, negociado ao futebol do Catar, e teve algumas apresentações pouco convincentes, como na derrota por 1 a 0 para o Corinthians. Mas a confiança da equipe aumentou na semifinal, quando bateu a Ponte Preta por 1 a 0.

Uma das principais armas do time para a decisão é a ascensão de garotos. Autor do gol na semifinal, Patrick de Paula, de 20 anos, se consolida como um dos principais meias do time, ao lado de outro colega das categorias de base, o volante Gabriel Menino. Os dois, junto com Ramires, apresentaram um novo ponto forte do time: a intensa movimentação e criação no setor de meio-campo.

Outro fator de peso para o Palmeiras é o treinador. Vanderlei Luxemburgo, de 68 anos, conquistou na carreira três títulos importantes pelo clube diante do Corinthians: Paulista e Rio-São Paulo de 1993 e Brasileirão do ano seguinte. Em busca de nova taça nesta passagem, o experiente técnico admite ansiedade pelo novo confronto.

"Será uma final dura. Você não consegue ganhar com facilidade do Corinthians, mas não podemos ter medo de jogar contra o Corinthians. O Palmeiras é time grande, de tradição, e quem joga pelo Palmeiras tem de estar preparado para jogar contra qualquer adversário. A gente projeta um grande jogo, respeitando a tradição do adversário, mas também vamos para ganhar. Não estamos aqui por estar", disse.

Por outro lado, a equipe tem como ponto fraco o setor ofensivo. A saída de Dudu comprometeu a criação e o entrosamento da equipe. O trio formado por Rony, Willian e Luiz Adriano ainda não conseguiu ter uma sequência de jogos. Apesar disso, o clube confia na força dos suplentes. Como agora está autorizada a realização de cinco alterações, substitutos como Gustavo Scarpa, Zé Rafael e Raphael Veiga podem entrar no segundo tempo e ajudar a aumentar o repertório do time.

CORINTHIANS

O Corinthians fazia campanha ruim até a pandemia para se transformar agora no time de melhor campanha depois da paralisação. Foram quatro vitórias em quatro jogos e nenhum gol sofrido. Após sofrer com a pressão no cargo, o técnico Tiago Nunes vai para a primeira decisão pelo clube com a chance de sair consagrado como o comandante que garantiu o inédito tetracampeonato estadual.

A equipe mostrou uma defesa muito consistente nas últimas partidas, em especial pela segurança do goleiro Cássio. Mas nesse mesmo setor está um dos pontos fortes do time: o lateral-direito Fagner. Ele é figura essencial nas jogadas de apoio. Quem também se mostra importante é o meia Éderson, que marcou gols nos três últimos compromissos da equipe.

Mesmo com vitórias em sequência, o Corinthians ainda sente falta de melhorar a produção ofensiva. O atacante Jô retornou ao clube e fez um gol decisivo contra o Red Bull Bragantino, nas quartas de final, porém a equipe carece de mais opções para o setor. Luan tem lutado para aparecer mais no time e compensar uma série de perdas recentes. A última delas foi a lesão de Boselli, que teve uma fratura no rosto.

O time procura voltar a ter a intensidade desejada pelo treinador, mas esse ingrediente se perdeu muito com a saída de Pedrinho rumo ao Benfica. Veloz e driblador, ele consegue ditar o ritmo do time. O veterano Vágner Love, herói do último título paulista, se despediu do clube para jogar no futebol do Cazaquistão e foi uma outra grande perda para o setor.

O que pode ajudar o Corinthians é justamente não ter tanta pressão para ser campeão, ao contrário do rival, que tem 12 anos de jejum. O clube alvinegro vem de três títulos seguidos e trocou nas últimas semanas a eliminação quase certa pela expectativa de mais uma vez, frustrar o Palmeiras em uma decisão, como foi em 2018. Para o técnico Tiago Nunes, a conquista serviria como uma dose de tranquilidade depois da crise vivida pela queda na pré-Libertadores.

"Mesmo já tendo outras conquistas anteriores, como a Copa do Brasil, alguns estaduais, participar de uma final com o Corinthians é diferente, especial. Vamos tentar desfrutar desse momento único com os jogadores", comentou Nunes.

Estadão
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