Jogo de abertura do Paulistão foi um fiasco de público
O Estadual mais badalado do Brasil programou para sua abertura um jogo sem nenhum atrativo, o que justifica em parte o público de apenas 376 pagantes. Na tarde de quarta (17), o Red Bull Brasil enfrentou a Ferroviária em Campinas, no estádio da Ponte Preta, e o empate (0 a 0) foi só um detalhe da partida. Na verdade, essa presença desprezível, numericamente, de torcedores deve prosseguir nos jogos do Red Bull Brasil.
A equipe não tem torcida. Foi fundada em novembro de 2007 e é mantida por uma multinacional de bebidas energéticas. Só começou suas atividades no futebol em 2008, na Série B, que corresponde à Quarta Divisão Paulista – está atrás das Séries A1, A2 e A3. É um clube que serve apenas como vitrine para negociações de atletas.
Se o RB Brasil conseguiu um lugar ao sol graças ao seu desempenho técnico nos Estaduais, ninguém questiona. O intrigante, no entanto, é ter de ver um campeão brasileiro da elite, como o Guarani, ou um vice-campeão nacional, como a Portuguesa, obrigados a disputar a Série A2 do Paulista.
Essa ascensão de clubes que servem apenas a empresários é uma tendência nos grandes centros do País, incluindo São Paulo, Rio e Minas Gerais. No Carioca, o Nova Iguaçu, na Série A, é o maior exemplo disso. No Mineiro, o Boa Esporte Clube segue o roteiro dos outros e até trocou de cidade-sede – saiu em 2011 de Ituiutaba para Varginha.
O RB Brasil também parece não se preocupar em se identificar com alguma cidade ou um lugar qualquer do Estado. Leva os jogos com mando de campo para Campinas e mantém seu centro de treinamento em Jarinu. Com recursos, o time consegue bons reforços, como o do goleiro Julio Cesar, campeão brasileiro em 2011 pelo Corinthians e responsável por defesas difíceis na estreia contra a Ferroviária.