Campeão como titular, Romero supera críticas e conquista torcida
Ángel Romero resolveu enfrentar quem ainda criticava a sua falta de habilidade em 2017. Titular do Corinthians, o atacante paraguaio não queria mais ser visto como um mero jogador dedicado e mostrar a sua importância para a campanha que culminou com a conquista do título do Campeonato Paulista. Conseguiu, inclusive com um gol no jogo que marcou a conquista deste domingo.
Ainda que não seja considerado um atleta dos mais talentosos, Romero finalmente cativou a torcida do Corinthians até as partidas decisivas contra a Ponte Preta. Aos 24 anos, ele se acostumou a ter o seu nome gritado pelo público de Itaquera em meio ao Estadual.
E não foi apenas com a camisa do Corinthians que Romero recebeu aplausos. A serviço do Paraguai, o atacante participou de uma recente derrota por 3 a 0 para a Seleção Brasileira, em Itaquera, e foi ovacionado pelos corintianos presentes no estádio antes, durante e após o confronto das Eliminatórias para a Copa do Mundo.
"Graças a Deus, a torcida gosta do meu trabalho. Agora, estão me respeitando mais. Fico muito feliz", sorriu Romero, na ocasião. Alguns torcedores têm gostado tanto das atuações do atleta que passaram a pendurar uma bandeira paraguaia no setor sul do estádio, em homenagem a ele e ao zagueiro Balbuena, seu compatriota. É com ela que o maior artilheiro de Itaquera prefere festejar quando balança as redes.
O sucesso de Romero, contudo, foi bastante tardio. Contratado para o Campeonato Brasileiro de 2014, o paraguaio rapidamente caiu no ostracismo e virou motivo de chacota. Chegou a ouvir dos seus críticos que o clube trouxera o Romero errado do Cerro Porteño - o seu irmão gêmeo, o meia Óscar, saiu de lá para o Racing, da Argentina, antes de ser vendido ao Shangai Shenhua, da China, e emprestado ao espanhol Alavés.
Tentando não se abater, Romero ficou próximo de sair do Corinthians, mas resistiu, na esperança de ser aproveitado pelo técnico Tite. Acabou marcando o primeiro gol da campanha vitoriosa no Campeonato Brasileiro de 2015, sobre o Cruzeiro, na Arena Pantanal, e teve uma atuação de gala na goleada por 6 a 1 em cima do São Paulo, quando a sua equipe recebeu a taça em Itaquera. Foram apenas nove jogos, no entanto, disputados por ele naquela competição.
Nos anos seguintes, Romero conquistou o seu espaço também por falta de opções. Com o desmanche do time campeão brasileiro, o paraguaio teve o ímpeto que faltou a reforços como Guilherme, Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto e Marlone e ganhou a sua improvável vaga como titular. Recebeu apoio de todos os sucessores de Tite - Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira e Fábio Carille.
Romero espera que o seu primeiro título como titular do Corinthians, o do Campeonato Paulista de 2017, sirva também para dizimar qualquer dúvida em relação à sua utilidade à equipe. Afinal, mesmo querido pelos torcedores, o atacante com contrato válido até 14 de julho de 2019 tem consciência de que ainda é o mais ameaçado a perder a vaga na equipe na sequência da temporada.
Gazeta Esportiva
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