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Agora no Flu, Ganso passou de craque a jogador mediano

1 fev 2019 - 12h54
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Foto: Reprodução

Revelado pelo Santos no final da primeira década do século e apontado, à época, como o grande craque do time, melhor até que Neymar, Paulo Henrique Ganso, 29 anos, assinou contrato de cinco anos com o Fluminense. A expectativa da torcida tricolor é grande com sua chegada. Considerando-se, porém, as últimas temporadas de Ganso, há razões de sobra para se pôr em dúvida a sua contratação com a pompa de novo ídolo do clube carioca.

Ganso teve seu auge em 2010, quando ajudou o Santos a conquistar o Paulista e a Copa do Brasil, na qual acabou eleito como o craque da competição. Naquele ano, o técnico Dunga recebeu muitas críticas por ter deixado ele e Neymar fora da Copa do Mundo na África do Sul.

Dono de um futebol vistoso, de dribles desconcertantes e rara técnica, Ganso enchia os olhos de quem cultua a arte no esporte mais popular do País. Mas o craque precoce tinha um defeito, até hoje não corrigido – a lentidão na articulação das jogadas.

Com o futebol cada vez mais veloz, Ganso não acompanhou o ritmo e foi ficando no meio do caminho. Prejudicado também por uma série de lesões. A primeira entre as mais graves ocorreu em agosto de 2010, num jogo do Santos com o Grêmio, em Porto Alegre, quando sofreu entorse no joelho esquerdo, com ruptura do ligamento cruzado. Teve de ser submetido a uma cirurgia e ficou quase sete meses sem atuar.

Em maio de 2011, dois meses após seu retorno, uma nova lesão o tirou do time durante boa parte da campanha do Santos na Libertadores. Voltou no segundo jogo da final, contra o Peñarol, e participou do lance do primeiro gol da equipe, de Neymar – o Santos venceria por 2 a 1 e ficaria com o título.

No ano seguinte, foi mais presente no Estadual – o Santos ganhara as duas edições anteriores e conquistava em 2012 o Paulista três vezes seguidas. Outras lesões, porém, prejudicaram Ganso e ele já começava a perder espaço na Seleção, para onde passou a ser convocado por Mano Menezes depois do Mundial de 2010.

Já sem o mesmo brilho de outrora, Ganso trocou o Santos pelo São Paulo no final de 2012. Alternava atuações boas e ruins e aos poucos foi amargando a reserva no clube. A torcida não perdoava seu erros e as vaias vinham com alguma frequência. Com seu futebol em queda, Ganso não conseguiu convencer o técnico Luiz Felipe Scolari, que entrou no lugar de Mano Menezes, a convocá-lo para a disputa da Copa das Confederações, em 2013.

Ele melhorou seu desempenho em 2014, repetindo algumas atuações do tempo de Santos. Nada suficiente para ser incluído na lista final da Seleção anfitriã do Mundial naquele ano. Sem muito destaque em 2015, e em volta com outras lesões, acabou vendido para o Sevilha, em julho de 2016.

Na Espanha, Paulo Henrique Ganso continuou na descendente e ficou a maior parte do tempo na reserva. Em dois anos, produziu muito pouco e viveu seu ocaso no futebol. Emprestado em agosto de 2018 ao Amiens, da França, nem de longe lembrou sua fase de Santos. Agora, vai ter no Fluminense uma nova chance. Passada a euforia pela aquisição, talvez seja prudente que os tricolores lembrem que o grande momento de Paulo Henrique Ganso se deu faz nove anos.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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