Blatter: investigações começaram após dossiê da própria Fifa
Foram mais de US$ 100 milhões (R$ 313,4 milhões) desviados em duas décadas, e sete dirigentes presos nesta quarta-feira, em Zurique, no maior escândalo recente do futebol mundial. Mas o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que a ação da FBI nesta manhã apenas reforçou as medidas que a entidade já tomava contra a corrupção no futebol. Entenda tudo sobre o escândalo de corrupção na Fifa aqui.
Em comunicado emitido na tarde desta quarta-feira, o dirigente, que ainda não teve o seu nome envolvido no escândalo, relatou que as ações desta quarta começaram apenas porque a Fifa apresentou um dossiê às autoridades suíças ainda no final do ano passado.
“Tal conduta não tem lugar no futebol, e vamos garantir que aqueles que se envolvem serão colocados para fora do jogo. Essas ações estão no topo de medidas semelhantes que a Fifa tomou durante o ano passado para excluir quaisquer membros que violam nosso próprio Código de Ética”, disse Blatter.
“Deve ficar claro que ficamos agradecidos pelas ações e investigações por parte das autoridades dos EUA e da Suíça, e acredito que elas vão ajudar a reforçar as medidas que a Fifa já tem tomado para erradicar qualquer irregularidade no futebol”, acrescentou.
Blatter também agradeceu a polícia suíça e americana pelas prisões efetuadas nesta manhã e falou em erradicar qualquer irregularidade na organização. Apesar disto, não deixou de negar que a imagem da Fifa sai, sim, arranhada após o escândalo.
“Este é um momento difícil para o futebol, fãs e para a Fifa como uma organização. Entendemos a decepção que muitos manifestaram, e sei que os acontecimentos de hoje terão impacto sobre a forma como muitas pessoas nos vêem”, admitiu Blatter, que viu a pressão sobre si aumentar consideravelmente após esta quarta-feira.
Para decretar, Blatter, que (ao menos por enquanto) tentará na próxima sexta-feira a reeleição à presidência da Fifa, garantiu que a entidade seguirá trabalhando “energicamente” a fim de erradicar qualquer má conduta “para recuperar a confiança e assegurar que o futebol em todo o mundo é livre de irregularidades”.
Lista dos 14 acusados na investigação de corrupção na Fifa | |||
Alejandro Burzaco | 50 anos | argentino | executivo |
Aaron Davidson | 44 anos | americano | executivo |
Rafael Esquivel | 68 anos | venezuelano | presidente da Federação Venezuelana de Futebol |
Eugenio Figueredo | 83 anos | uruguaio | ex-presidente da Conmebol |
Hugo Jinkis | 70 anos | argentino | executivo |
Mariano Jinkis | 40 anos | argentino | executivo |
Nicolás Leoz | 86 anos | paraguaio | ex-presidente da Conmebol |
Eduardo Li | 56 anos | costarriquenho | presidente da Federação de Futebol da Costa Rica |
José Margulies | 75 anos | brasileiro | executivo |
José Maria Marin | 83 anos | brasileiro | ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol |
Julio Rocha | 64 anos | nicaraguense | presidente da Federação Nicaraguense de Futebol |
Costas Takkas | 58 anos | caimanês | braço-direito do presidente da Conmebol |
Jack Warner | 72 anos | trintino | ex-presidente da Concacaf |
Jeffrey Web | 50 anos | caimanês | vice-presidente da Fifa |