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Dorival abre mão de estilo próprio para tirar o São Paulo do sufoco

14 ago 2017 - 08h03
(atualizado às 08h03)
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Em 2016, Dorival Júnior comandou o Santos nas finais do Campeonato Paulista contra o surpreendente Osasco Audax, que não se intimidava diante dos grandes e tinha como marca um toque de bola incomum. Dorival, então, decidiu recuar sua equipe em plena Vila Belmiro para apostar nos contra-ataques. No fim, o Peixe até conquistou o título, mas a pressão e o domínio do Audax no jogo foram tão intensos que o treinador santista não conseguiu esconder seu constrangimento. Em entrevista à Gazeta Esportiva, à época, Dorival Júnior revelou seu arrependimento e chegou a afirmar que preferia ficar sem a taça a ter de repetir aquele tipo de postura.

Agora comandante do São Paulo, Dorival Júnior mais uma vez se depara com uma situação em que talvez precise reconsiderar o seu próprio estilo. Foram sete partidas com os esforços todo voltado para o controle e a detenção de posse de bola. Sem os resultados esperados (3 derrotas, 2 empates e 2 vitórias) e, principalmente, a situação crítica da equipe na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, Dorival decidiu abrir mão das suas convicções ofensivas. Na estreia da nova ideia, trinfo sofrido sobre o Cruzeiro no Morumbi.

"Foram três partidas que fomos muito penalizados (Contra Botafogo, Coritiba e Bahia). Me reporto ao jogo com o Botafogo, que em um momento estava 3 a 1 (para os cariocas) e aquilo não espelhava o que vinha se desenvolvendo. Me fez repensar, realmente. Essa semana trabalhamos com essa condição", admitiu o sucessor de Rogério Ceni, para em seguida explicar o motivo da Raposa ter tido tanto domínio durante o confronto.

"No primeiro tempo estávamos bem postados, mas tínhamos dificuldade na retomada, e isso acabou comprometendo a transição, a saída para o ataque. Do contrário, em termos de postura de posicionamento, houve uma evolução. Apenas não completávamos as jogadas com os passes finais. Isso acabou comprometendo. Você sabe muito bem como eu gosto de jogar, mas estou pegando a equipe no meio da competição, com características de jogadores definidas. Tenho que analisar bem o que faremos. Se aproveitarmos melhor as saídas, teremos um crescimento, certamente", justificou o comandante tricolor.

Está muito claro que a maior preocupação de Dorival agora é ajustar a defesa para depois pensar em exigências maiores para o setor ofensivo. Afinal, o São Paulo levou 28 gols em 20 partidas, é a quarta pior defesa do Brasileirão. Sob o comando de Dorival Júnior, foram 14 gols dos adversários em oito jogos.

"É o principal. Quando você não tem um bom posicionamento acaba facilitando para o adversário. Queira ou não, na maioria das jogadas, quando você consegue aprofundar, a falta de posicionamento, a falta de costume de manter a linha alinhada, o time acaba dando botes, como foi a jogada do pênalti (cometido por Renan). Se não tiver uma repetição, uma insistência, uma linha alinhada à frente de seu goleiro, fica difícil. Está na hora de pararmos de tomar tantos gols, porque não será sempre que teremos a felicidade de fazermos um número maior", reconheceu.

E a cobrança por esse comprometimento defensivo ficou evidente durante a vitória em cima do Cruzeiro. Nos minutos finais da parida, o atacante Denílson acabou levando uma sonora bronca do técnico por abandonar a marcação.

"São esses pequenos detalhes que às vezes fazem a diferença. Com um a menos, ficamos com Denílson e Gilberto além da linha (de meio campo). Um estava fora (Pratto expulso) e se defender com apenas seis, sete homens, é muito complicado. A recomposição era necessária", contou Dorival, que ainda prometeu em breve dar mais atenção ao que realmente lhe dá prazer no futebol.

"Hoje (domingo) fomos felizes. Ontem (sábado) trabalhamos muito essa bola parada, mas precisamos de triangulações, penetrações. Aos poucos eu vou conseguindo, mas não basta (só bola parada)", concluiu o estrategista são-paulino.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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