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Copa do Mundo

Croácia mira primeira decisão e Inglaterra voltar à final após 52 anos

Croatas e ingleses definem o adversário da França nesta quarta-feira, às 15 horas, em Moscou

11 jul 2018 - 05h12
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A Croácia tem mais uma missão dura na Rússia. Ela desafia os inventores do futebol, a Inglaterra, para chegar à sua primeira final de Copa do Mundo. Inglaterra e Croácia não estavam cotadas para serem semifinalistas. Por isso, fazem nesta quarta-feira em Moscou, às 15 horas (de Brasília), um confronto de azarões. São surpresas.

As duas foram beneficiadas pela eliminação precoce de seleções tradicionais. A Suécia, adversária dos ingleses nas quartas, roubou a vaga da Alemanha, atual campeã. A Rússia, oponente da Croácia também nas quartas, havia eliminado a Espanha, campeã em 2010. Com isso, as duas tiveram um caminho teoricamente mais fácil até aqui.

O retrospecto também comprova que não eram favoritas. A Inglaterra tenta chegar à final desde 1966, quando conquistou o título em casa. Há 28 anos, o time não chegava a uma semifinal de Copa. A Croácia nunca foi finalista e chegou entre as quatro apenas uma vez, em 98.

Os croatas negam, porém, o rótulo de zebra. O técnico Zlatko Dalic afirmou que sua equipe tem atletas nos grandes da Europa. Acredita que a falta de bons resultados recentes levou à pouca valorização do time. "A Croácia tem ótimos jogadores em clubes da Europa. É verdade que não conseguimos um resultado importante como seleção nos últimos anos. Estivemos abaixo do que podemos.

Mas não deveria ser surpresa que estamos entre os quatro finalistas, pela qualidade dos atletas. Esses jogadores não foram bem avaliados por muito tempo, pela falta de resultados da seleção", disse. "Essa é a chance de estarem na história. O fato de termos jogadores no Real Madrid e Barcelona mostra que eles têm muita qualidade."

O elenco é badalado. Luka Modric, do Real Madrid, é o grande astro da seleção. Ao seu lado estão Rakitic, do Barcelona, Mario Mandzukic, da Juventus, e Ivan Perisic, da Inter.

A Inglaterra chegou desacreditada à Rússia por dois motivos principais. O técnico Gareth Southgate dirigia a seleção sub-21, não tem títulos relevantes e só assumiu o cargo depois de o técnico principal ter sido afastado por envolvimento em irregularidades na transferência de jogadores. Foi uma prova de fogo para sua própria carreira. Além disso, a Copa é o primeiro grande teste de um time jovem, que tem em média 25 anos.

Por isso, o treinador mostrou orgulho pelo que fez até aqui. "Não estou acostumado com isso na minha carreira. Estou orgulhoso da reação da torcida. Isso não é apenas sobre a maneira como jogam, eles são grandes embaixadores do nosso país", elogiou Southgate.

A ascensão do time inglês na competição pode ser medida pelo entusiasmo da torcida. Depois de um início tímido em várias sedes, os ingleses finalmente estão sendo ouvidos nos estádios. Eles adotaram o lema "Football is coming home" (O futebol está voltando para casa). A música foi tema da Eurocopa de 1996, sediada no país. Hoje, faz referência a um possível título do país onde foi criado o futebol. "Essa é uma das músicas que eu não ouvia há uns 20 anos, mas tem sido legal ouvir as pessoas se divertindo com ela depois de tanto tempo", disse o treinador.

PÊNALTIS

A Inglaterra tem sido consistente, mas ainda não teve uma grande atuação na Rússia. A Croácia fez uma boa fase de grupos - venceu a Argentina por 3 a 0 -, mas suou nas últimas partidas diante de adversários teoricamente mais fracos, como Dinamarca e a própria Rússia. Por isso, não será surpresa mais uma decisão por pênaltis.

Os croatas avançaram dessa forma duas vezes graças ao goleiro Subasic. Os ingleses superaram o drama histórico de três eliminações seguidas em Copas na decisão diante da Colômbia. A comissão técnica estudou as cobranças antigas e descobriu que os ingleses eram mais afoitos que os batedores dos outros times após o árbitro autorizar o tiro. Agora, eles esperam, respiram e só aí batem.

Estadão
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