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São Paulo bota fé de que pode levar Brasileiro e Sul-Americana no mesmo ritmo

11 ago 2018 - 07h07
(atualizado às 07h07)
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Sempre que perguntado, Diego Aguirre frisa que não tratará nenhuma competição como prioritária. Entretanto, com o afunilamento dos campeonatos, os treinadores sempre são os primeiros a justificar a inviabilidade de se jogar o tempo todo com força máxima.

No São Paulo talvez a situação se repita, mas o que se tem hoje no clube é um desejo e um trabalho todo voltado para que tanto o Campeonato Brasileiro quanto a Copa Sul-Americana sejam encarados com a mesma seriedade. O Tricolor entende que é possível disputar e conquistar as duas competições ao fim do ano.

Há quem desaprove a ideia, com o argumento de que o clube, ao querer tudo, pode ficar sem nada. Há quem concorde com a postura adotada pela comissão técnica, já que jogadores importantes foram contratados e a equipe vive boa fase. Fato é que, pelo menos por ora, Diego Aguirre tem praticado seu discurso.

Contra o Colón, tradicional, mas pequeno time da Argentina, o comandante uruguaio mandou a campo o que tinha de melhor para o primeiro embate válido pela segunda fase do torneio continental. A torcida comprou a ideia e compareceu em bom número ao Morumbi: 35.666 torcedores.

Três dias depois, o São Paulo calçava chuteiras novamente com a oportunidade de assumir a liderança no Brasileirão. Apesar do desgaste e do frustrante revés diante dos argentinos, o São Paulo fez a festa de 53.427 pessoas, bateu o Vasco e tomou a ponta do Flamengo.

Nesse domingo, o time encara o Sport. Será a primeira vez que os são-paulinos defenderão o posto de líder e, apesar da viagem a Pernambuco e do confronto de volta na Copa Sul-Americana estar agendado para quinta, no país vizinho, Diego Aguirre de novo não poupará ninguém. O São Paulo vai com tudo para a Ilha do Retiro.

E engana-se quem imagina um time misto frente ao Colón na partida da volta. O Tricolor quer a classificação e só trocará peças em caso de necessidade.

Ainda não se sabe até quando o São Paulo conseguirá levar seu planejamento nessa tocada. Um fato relevante é que apesar da equipe de Aguirre estar envolvida em duas frentes, alguns de seus concorrentes ainda têm a Copa Libertadores e a Copa do Brasil como metas, diferente do tricolor, eliminado em ambas. Portanto, além de concentrarem esforços nesses mata-matas, times como Flamengo, Grêmio e Palmeiras acabam, invariavelmente, por poupar suas principais peças no nacional por pontos corridos.

A estratégia tricolor se baseia em aproveitar bem os períodos reservados para a Libertadores e Copa do Brasil, descansando e treinando seus atletas, para reunir condições de vencer tanto no Brasileirão quanto na Copa Sul-Americana, jogo a jogo, ignorando os problemas de datas de seus adversários diretos.

Tabelas cruzadas

Essa mentalidade vai ser testada de verdade caso o São Paulo reverta a vantagem do Colón na quinta-feira e avance no torneio continental. Ao passo que as competições se aproximam do fim, Diego Aguirre terá decisões e escolhas mais complicadas a fazer em comparação a realidade atual.

Basta analisar as duas tabelas. Os clássicos contra Santos, fora, e Palmeiras, em casa, pelo Campeonato Brasileiro, por exemplo, estão agendados para datas próximas as disputas das oitavas e quartas de final da Copa Sul-Americana. Para piorar, o encontro com o Flamengo, no Morumbi, deve ocorrer apenas três dias antes da primeira semifinal do torneio continental.

E caso o São Paulo chegue à última rodada do Brasileirão podendo ser campeão, o jogo decisivo acontecerá em Santa Catarina, contra a Chapecoense, dia 2 de dezembro. Na outra ponta, a primeira final da Copa Sul-Americana está programada para o dia 5 do mesmo mês, com a volta agendada para o dia 12.

Ou seja, ainda é cedo para prever os próximos capítulos, mas o destino promete dificultar a ideia do São Paulo em buscar os dois títulos que lhe resta em 2018. Em breve, as circunstâncias devem forçar opções de que caminho seguir. Sonhar, porém, é de graça. Não seria nada mal para o torcedor acabar com o jejum de taças sendo campeão logo duas vezes no mês, às vésperas das festividades de fim de ano.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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