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Recordista de jogos por seleção, Tabárez fez Uruguai ressurgir e pode parar por doença

5 jul 2018 - 17h05
(atualizado às 18h22)
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Óscar Tabárez possui uma trajetória notável no futebol de clubes. Comandou o Peñarol na conquista da Libertadores de 1987, levou o Boca Juniors ao título do Apertura, o Campeonato Argentino, de 1992, quebrando um jejum de 11 anos da equipe, e dirigiu o Milan recheado de estrelas em 1996. Porém, esses feitos, parecem pouco pelo que já proporcionou à seleção uruguaia.

Depois de boas passagens pelo time sub-20 do Uruguai, Tabárez assumiu o comando da equipe principal pela primeira vez em 1988. Na Copa América do ano seguinte, fez boa campanha ao levar a Celeste ao vice-campeonato. No entanto, o desempenho na Copa do Mundo de 1990 não foi satisfatório. Depois de sofrer para avançar da primeira fase, parou nas oitavas de final para a Itália. Diante desse cenário, o técnico não seguiu no cargo.

Em 2006, o reencontro aconteceu. Dessa vez, Tabárez tinha uma nova missão: resgatar o protagonismo do futebol uruguaio, uma vez que o país não tinha sequer se classificado para as Copas de 1994, 1998 e 2006, além de ter caído na primeira fase de 2002. Logo de cara, levou a seleção às semifinais da Copa América de 2007, onde perdeu para o Brasil nos pênaltis. Em 2010, outra campanha ótima, agora, na Copa do Mundo. Depois de 30 anos, a Celeste, impulsionada pelas atuações de Diego Forlán, voltou às semifinais do torneio, fase em que foi derrotada pela Holanda por 3 a 2.

Na Copa América de 2011, enfim, a consagração. Após eliminar a Argentina, dona da casa, nas quartas, a equipe de Tabárez ganhou do Peru nas semifinais e garantiu o título com uma vitória segura por 3 a 0 diante do Paraguai. Porém, o time caiu de rendimento nos anos posteriores e sofreu para se classificar à Copa do Brasil, onde caiu no grupo da morte, junto de Inglaterra, Costa Rica e Itália. Mesmo assim, foi às oitavas, mas parou na Colômbia.

A situação não melhorou na Copa América de 2015. O Uruguai ficou pelo caminho nas quartas ao perder para o Chile, que seria o campeão. Depois de duas competições de grande porte em que não teve resultados positivos, Tabárez precisou reformular a equipe. O treinador manteve a espinha dorsal, formada pela dupla de zaga Diego Godín e José Giménez e pelos astros Luis Suárez e Edinson Cavani, mas mudou as laterais e o meio de campo, dando chances para jovens talentos como Laxalt, Torreira, Vecino, Bentancur, Nández, De Arrascaeta e Varela, que brilharam no vice-campeonato mundial sub-20 de 2013. Desse modo, a Celeste voltou a demonstrar um bom futebol, garantindo classificação à Copa do Mundo com a segunda colocação das Eliminatórias Sul-Americanas.

No ciclo pré-Mundial, Tabárez trabalhou para domar as "feras" Suárez e Cavani, e teve êxito nisso. Ambos aprenderam a jogar juntos, e tem participação importante na campanha uruguaia na Rússia, tanto é que dos sete gols no torneio, cinco foram deles. Porém, mais do que isso, um procura o outro no setor de ataque, inclusive, o gol que abriu o placar na vitória por 2 a 1 contra Portugal veio de uma jogada trabalhada pelos dois. Na ocasião, Cavani virou a bola para Suárez e entrou na área. O atacante do Barcelona fez um cruzamento certeiro para o centroavante do Paris Saint-Germain completar para o fundo das redes.

Os 14 anos de Tabárez no comando da Celeste, somando a primeira e a atual passagem, lhe renderam o recorde de treinador com mais jogos na história de uma seleção. No entanto, uma doença deve brecar a trajetória do técnico de 71 anos. Há dois anos, o ex-professor e diretor de uma escola pública de Montevidéu foi diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, uma doença rara que ataca os nervos periféricos e causa fraqueza muscular, mas não interfere na lucidez de pensar o esporte.

Crescido na capital uruguaia sob o passado glorioso da Celeste bicampeã mundial, Tabárez não esconde a expectativa de levar o país de volta à final da Copa do Mundo após 68 anos. "Sempre era dito que o Uruguai entrava nas competições para sair campeão", disse em entrevista coletiva antes da vitória contra Portugal. Para isso, Tabárez e companhia terão que deixar a França pelo caminho, nesta sexta-feira, às 11 horas (de Brasília), em Níjni Novgorod, e garantir, consequentemente, o retorno às semifinais depois de oito anos.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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