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Copa do Brasil

Diego entra para o hall dos craques-vilões em pênaltis decisivos

28 set 2017 - 08h00
(atualizado às 23h04)
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O Flamengo acabou sem o título da Copa do Brasil na noite dessa quarta-feira. Depois de empatar com o Cruzeiro no Maracanã por 1 a 1 e no Mineirão por 0 a 0, a definição acabou saindo na disputa de pênaltis, onde sempre há pelo menos um vilão e um herói. Pelo lado do campeão, Fábio se consagrou. Em compensação, Diego entrou para a lista de "craques" que acabam ficando marcados por desperdiçar suas cobranças em grandes decisões.

Depois de Guerrero e Juan vencerem o goleiro cruzeirense, Diego foi incumbido de bater o terceiro pênalti do Flamengo nessa quarta. A batida forte, meia-altura, no canto esquerdo do meia, acabou nas mãos de Fábio. Foi a única bola que não encontrou as redes.

"O Fábio foi muito feliz, fez uma grande defesa, mas era exatamente onde eu queria bater", explicou Diego, ciente das cobranças que têm recebido mesmo depois de eleito o melhor jogador da Copa do Brasil. "Acho que não paguei para ninguém me escolher o melhor da competição. Se isso aconteceu, tem algum mérito. Não vivo meu melhor momento individual dentro do Flamengo, mas não tenho uma queda brusca. O brilho individual as pessoas esperam, mas nem sempre acontece", se defendeu o meia.

Mas não é a primeira vez que um grande jogador, reconhecido por toda sua técnica, habilidade e representatividade perante ao time, frustrou ou decepcionou toda uma torcida, como aconteceu com os flamenguistas nessa grande da competição por mata-mata.

Em 1986, Zico (no tempo regulamentar) e Sócrates, além de Júlio César, falharam e contribuíram para a eliminação da Seleção Brasileira nas quartas de final da Copa do Mundo, diante da França, mesmo depois de Michel Platini também desperdiçar sua chance.

Em 1994, Roberto Baggio, que chegou ao Mundial dos Estados Unidos como melhor jogador do mundo, isolou a última cobrança da Itália, que culminou com o Tetra canarinho.

Para chegar à final da Copa do Brasil desse ano, o próprio Cruzeiro se deu bem por causa dessa velha 'tradição', pois foi Luan, a estrela gremista, que acabou parando em Fábio nas semifinais.

Responsável pelo gol do título da Raposa nessa quarta, Thiago Neves desperdiçou sua cobrança na decisão por pênaltis da Copa Libertadores de 2008, diante da LDU, depois de marcar três gols no tempo normal.

Os erros de Marcelinho Carioca na Libertadores e no Mundial de 2000 nunca serão esquecidos pelos corintianos, que por outro lado vibraram quando Edmundo, na mesma decisão de 2000, e Raí, duas vezes, na semifnal do Campeonato Brasileiro do 1999, entraram para a lista de craques vilões na marca da cal.

Os são-paulinos certamente se recordam de Palhinha falhar na semifinal da Libertadores de 1992 e na decisão do torceio continental de 1994, no jogo que adiou o tricampeonato tricolor. Em 2013, foi a vez de Ganso e Luis Fabiano proporcionarem a lamentação na seminal do Campeonato Paulista, de novo diante do Corinthians.

Ídolos e peças-chaves do Palmeiras atualmente, Dudu e Fernando Prass foram cruciais para o Santos em dois Estaduais seguidos. O atacante acertou o travessão na primeira final, em 2015, enquanto o goleiro determinou a derrota alviverde na Vila Belmiro ao tirar demais de Vanderlei na decisão por pênaltis da semifinal de 2016.

Já os santistas, antes de comemorarem o primeiro título da Copa do Brasil, em 2010, passaram nervoso com Neymar, craque daquele histórico esquadrão alvinegro, quando a cavadinha do então menino prodígio parou nas mãos de Lee, goleiro do Vitória, em plena Vila Belmiro, no primeiro jogo da decisão.

Até grandes estrelas internacionais reforçam a tese de que craques são perigosos para suas equipes em momentos decisivos nos pênaltis. Recentemente, em 2016, a Argentina foi vice-campeã da Copa América depois de Lionel Messi desperdiçar sua cobrança. Na final da Liga dos Campeões de 2008, Cristiano Ronaldo, apesar de terminar campeão com o Manchester United, errou seu chute. O mesmo aconteceu com Shevechenko em 2005, mas o ucraniano do Milan não teve a mesma sorte do português.

O francês Trezeguet, autor do gol de ouro que deu o título da Euro 2000 aos Bleus diante da Itália, acabou com o sonho do bi mundial diante da mesma Azzurra na final da Copa de 2006, ao ter sua cobrança de pênalti defendida por Buffon. Assim como David Beckham frustrou seus fãs ingleses nas quartas de final da Euro 2004 contra Portugal.

Esses são só alguns exemplos de que Diego não está só. Hoje a pressão é sobre o flamenguista, que assim como tantos outros craques, terá de saber absorver tudo isso para dar a volta por cima. Afinal, não existe fórmula mágica no futebol, e algumas tradições, ou simplesmente coincidências, fazem parte do jogo.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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