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Copa do Brasil

Ataque sem gol põe reação do Corinthians em risco na Copa do Brasil

Ineficiência ofensiva do time, que só marcou cinco vezes desde que o técnico Jair Ventura assumiu, pode dificultar a busca do título contra o Cruzeiro

12 out 2018 - 05h11
(atualizado às 05h11)
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O Corinthians terá de resolver uma grave deficiência para ser campeão da Copa do Brasil: a falta de poder ofensivo. Na próxima quarta-feira, em casa, o time precisará vencer o Cruzeiro pelo menos por 1 a 0 (perdeu por 1 a 0 em Minas Gerais) para decidir depois nos pênaltis. O problema é que a equipe tem ido na contramão de qualquer elenco vitorioso. Faz poucos gols e, para piorar, o ataque tem se mostrado inoperante.

Jair Ventura completou oito jogos à frente do time e tem insistido em um mesmo quarteto ofensivo que não tem conseguido mandar a bola para a rede. Clayson não marca desde abril. Mateus Vital balançou as redes pela última vez em maio. Romero, o vice-artilheiro do grupo na temporada com 12 gols, está sem comemorar há 18 partidas. Seu último gol foi contra a Chapecoense, em 1.º de agosto, no jogo de ida das quartas de final da mesma Copa do Brasil.

O meia Jadson, que deveria ter como principal função a assistência, é quem está há menos tempo de jejum. O jogador de 35 anos é o único dessa linha de frente que fez gol sob o comando do novo técnico. No entanto, na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0 no Mineirão, passou em branco pelo quinto jogo seguido - ainda assim, é o artilheiro do time no ano, com 13 gols.

Jair Ventura tem opções para tentar mudar esse péssimo retrospecto. Os dois centroavantes do Corinthians, porém, também vão mal das pernas. Roger não convenceu quando ganhou oportunidade e tem somente quatro gols na temporada - além disso, não pode atuar na Copa do Brasil porque jogou a competição pelo Internacional.

Jonathas tem sofrido com problemas musculares e técnicos. Recentemente, ele se recuperou de uma fibrose na coxa direita e ficou no banco de reservas no Mineirão. Mas até agora tem somente um gol pelo Corinthians. A torcida, que costuma pedir pela entrada de jogadores quando a situação não está boa, nunca gritou o nome de nenhum desses dois.

Jair reconhece que seu time precisa evoluir ofensivamente, mas não há segredo para solucionar esse problema. "A gente trabalha bastante", diz. "Sabemos que no Brasileiro somos uma das equipes que menos finalizam, isso não é de agora, e estamos buscando melhorar. Assumi essa responsabilidade, estou trabalhando para melhorar e mesmo com essas dificuldades estamos numa final."

Sob o comando do treinador, o Corinthians fez oito jogos e marcou apenas cinco vezes. Para se ter uma ideia da dificuldade em colocar a bola dentro da meta adversária, o artilheiro da "era Jair" é o lateral-esquerdo Danilo Avelar, com dois gols. Além de Jadson, também marcaram Pedrinho e Douglas.

A próxima oportunidade de começar a mudar esse retrospecto será no clássico com o Santos, amanhã, no Pacaembu, pela 29.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas Jair já avisou que colocará em campo uma formação alternativa. Talvez a preocupação em poupar os principais atletas ajude o treinador a encontrar um time mais eficaz para o setor ofensivo.

No Campeonato Brasileiro, o Corinthians tem apenas o 14.º melhor ataque, com 28 gols. A curiosidade é que o Cruzeiro está ainda pior, com 22 apenas.

Para o clássico de amanhã, dois atacantes serão desfalques certos. Os paraguaios Romero e Sergio Diaz saíram de Belo Horizonte e se apresentaram à seleção nacional, que realiza período de treinos em Assunção até a próxima semana. Eles se reapresentam no dia 15, a dois da final da Copa do Brasil.

Três perguntas para Duílio Monteiro Alves, diretor de futebol do Corinthians:

1) Qual é a importância da final da Copa do Brasil?

É um título nacional que está em jogo. Tem a parte do campeonato e também a financeira (R$ 50 milhões). É um prêmio muito bom, tanto o do vice (R$ 20 milhões) como o pelo título. É importante ver o Corinthians em mais uma decisão.

2) Dá para pensar em um time mais forte em 2019?

O prêmio da Copa do Brasil pode ajudar. Pelo momento financeiro dos clubes, esse dinheiro ajuda bastante. Mas, independentemente do título, o Corinthians busca sempre um elenco forte. O time vai, sim, se reforçar em algumas posições.</MC>

3) Conseguirá pagar as contas com o prêmio?

A gente também conta com a renda de mais um jogo em casa. Com certeza, vamos equilibrar bastante as contas.

Estadão
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