Belo Horizonte receberá nesta quarta-feira sua principal partida na Copa das Confederações: a semifinal entre Brasil e Uruguai. A capital mineira, porém, convive sob o medo de que novos protestos com conflitos violentos e manifestantes manchem o jogo de futebol
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Alguns banners das Confederações estão depredados, e foram acrescentadas, em inglês, a expressão "to the hell (ao inferno)" ao cartaz de boas-vindas da cidade
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Banner com o desenho do mascote Fuleco também foi depredado
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Brasil e Uruguai se enfrentarão às 16h (de Brasília) desta quarta-feira no Estádio do Mineirão, na primeira semifinal do torneio
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Belo Horizonte receberá seu principal jogo da Copa das Confederações no momento de maior tensão pelos protestos ocorridos nas últimas semanas. O duelo semifinal, pelo qual o Governo de Minas Gerais brigou nos bastidores e planejava como grande vitrine do Estado, é tratado mais como questão de segurança pública do que como uma festa para a Seleção Brasileira.
Quando o Brasil entrar em campo para enfrentar o Uruguai nesta quarta-feira, o entorno do Estádio Mineirão inevitavelmente terá novos confrontos. Pelo menos é com essa certeza que a Polícia do Estado trabalha. “Dou como certo um novo confronto quarta”, disse o coronel da Polícia Militar do Estado, Márcio Santana, em entrevista concedida no domingo, em uma clara indicação de que a urgência do assunto não admite pausa para o fim de semana.
Diferentemente de outras sedes da Copa das Confederações, que viram uma diminuição no número de confrontos e manifestantes nos últimos jogos, Belo Horizonte viveu seu pior dia na última quinta. Enquanto Japão e México se enfrentavam no Mineirão, no lado externo as cenas eram de uma guerra civil.
Mulher é agredida por PM em meio a tiros de bala de borracha:
Policiais relataram, sob condição de anonimato, que a violência nos protestos na cidade é crescente e teve como seu ápice o sábado, quando os distúrbios invadiram a madrugada. A cidade recebeu ainda Nigéria e Taiti, mas a grande cereja do bolo será Brasil x Uruguai, jogo de maior visibilidade, com presença maciça da imprensa mundial.
A Polícia analisa a pancadaria dos últimos atos como uma tentativa de publicidade por parte de grupos já pré-dispostos à violência. Com uma partida de maior repercussão, a lógica indica, se não um maior número de manifestantes, uma inevitabilidade de confronto.
Policiais que estão na linha de frente das ações relataram a ansiedade por novas batalhas. Com a escala alterada e folgas reduzidas desde que os primeiros protestos tomaram conta de Belo Horizonte, eles contam que convivem com a preocupação familiar e monitoram pela Internet os novos confrontos.
Um deles disse que se assustou com o número de pessoas organizando no Facebook novas manifestações na quarta-feira. Na noite de domingo, um grupo de estudantes e movimentos sociais confirmou que repetirá o protesto no dia do jogo, com concentração na Praça 7 de Setembro com o entorno do Mineirão como destino.
A Polícia informou que analisa a possibilidade de existirem vândalos infiltrados de outros Estados na manifestação de sábado, que reuniu cerca de 100 mil pessoas nas ruas da cidade. Diante dos distúrbios e dos danos na última manifestação, o discurso policial é de aumentar a repressão.
Os manifestantes de Belo Horizonte voltaram às ruas nesta quinta-feira para protestar contra os gastos excessivos da Copa do Mundo. A exemplo do que se viu ao longo da última semana, cerca de 5 mil pessoas foram à Praça Sete e pararam a capital mineira com faixas, cartazes e gritos
Foto: Diego Garcia / Terra
A população mineira e brasileira decidiu se revoltar com os gastos excessivos com a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no País
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A manifestação exige fiscalização nos custos do Mundial e transparência nos casos de corrupção com a construção das arenas que ultrapassaram a casa de bilhão de reais
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Manifestantes voltaram a criticar a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no País, alegando que há outras prioridades para o orçamento público
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Antes da Copa, manifestantes mostraram preferir investimentos em saúde e educação
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Aposentados também reivindicaram melhor uso da verba pública
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Apesar da revolta, o manifesto em Belo Horizonte foi pacífico
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Tensão
Ainda sob o impacto dos confrontos de sábado, que provocaram cenas de destruição em vários pontos da cidade, Belo Horizonte respira o tema em conversas nas filas de supermercados e entre vizinhos de muro. Entre as promessas de presença nas ruas na quarta e desaprovações aos protestos que descambaram para a violência, os moradores vivem a expectativa de como será o dia de quarta-feira.
Mais de 60 mil pessoas são esperadas no duelo, mais do que o público somado das outras duas partidas. Haverá mais gente a caminho do Mineirão, mais transtornos e a preocupação de que os combates sejam ainda mais violentos
Pelo menos na chegada, a Seleção ouviu apenas os gritos das Neymarzetes, sem protestos. Mas no caminho, uma indicação do clima que Belo Horizonte vive às vésperas de Brasil x Uruguai. “Welcome to Hell” (Bem vindo ao Inferno), diz uma placa de indicação da Fifa localizada a poucos metros do hotel. A palavra Hell foi pichada.
Belo Horizonte se notabilizou nos últimos dias por ser uma das cidades brasileiras com mais protestos muitos deles com violência e contra os gastos na organização da Copa do Mundo. Em meio a esse clima conturbado, a Seleção Brasileira desembarcou na cidade e chegou ao Hotel Ouro Minas, às 19h30 deste domingo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A Seleção Brasileira chegou à capital mineira com policiamento reforçado e presença maciça das Neymarzetes
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Jogador do Atlético-MG, Réver se sentirá em casa em Belo Horizonte
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Lucas utilizou o vidro do ônibus para batucar
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A chegada do grupo comandado por Luiz Felipe Scolari causou correria nas imediações do hotel, já que o ônibus não entrou na área de estacionamento: estacionou em uma rua lateral, sob um viaduto
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Os jogadores usaram entrada na lateral, surpreendendo as cerca de 40 pessoas que os aguardavam entre elas 15 fãs do atacante Neymar, que entoavam músicas do cantor Thiaguinho, além da versão eu sou Neymarzete com muito orgulho, com muito amor
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Alguns dos jogadores, como o próprio Neymar, além de David Luiz e Fred, ainda acenaram para os torcedores à distância, se mostrando receptivos
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O clima foi de paz, embora o hotel tenha sido cercado pela polícia havia um ônibus policial postado no estacionamento, além de outro em um shopping em frente ao local
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Bernard é outro jogador do Atlético-MG que se sentirá em casa em Belo Horizonte
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O clima geral foi de paz em Belo Horizonte, que nos últimos dias tem registrado seguidas manifestações, não raro com confronto de policiais e manifestantes
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A Seleção Brasileira desembarcou na capital mineira um dia depois de vencer a Itália por 4 a 2 em Salvador, confirmando a liderança do Grupo A da Copa das Confederações
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Na área usada pelos atletas, cerca de 50 policias garantiram a segurança do grupo
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Em meio ao frissón causado pelos jogadores, apenas uma mulher, colocada na passarela que dá acesso ao viaduto, fazia um protesto solitário, xingando as fãs de Neymar e exigindo: cadê o protesto pela saúde? Vão se manifestar pelo que vale a pena
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A equipe volta a campo na quarta-feira, às 16h (de Brasília), contra o Uruguai, pela semifinal da competição
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Policiamento foi reforçado para a chegada da Seleção Brasileira
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"Neymarzetes" ficaram na expectativa de ver o craque
Foto: Diego Garcia / Terra
Torcedora leva cartaz para apoiar Neymar
Foto: Diego Garcia / Terra
A torcida de Belo Horizonte fez fila para ver os jogadores brasileiros chegar à cidade
Foto: Diego Garcia / Terra
Neymar era o jogador mais esperado pelas torcedoras
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Torcedoras fazem cartaz para o novo jogador do Barcelona
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Um grande número de torcedores foram ao hotel que a Seleção ficará hospedada
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Torcedora levou foto de Neymar com o filho para ver a chegada da Seleção Brasileira
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Torcedora vestiu o cachorro, chamado Luma, com o uniforme do Brasil
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Muitas pessoas foram acompanhar a chegada da Seleção, mas os jogadores entraram pela porta lateral do hotel
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Essa torcedora levou um cartaz para protestar contra a realização da Copa do Mundo no Brasil
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Torcedoras tiram foto ao lado do ônibus do Brasil, em Belo Horizonte
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