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Copa das Confederações

Mineirão recebe principal jogo sob o medo de violência recorde em BH

Governo sonhou com o Brasil em uma semifinal da Copa das Confederações, mas na quarta-feira terá como maior preocupação a segurança pública

24 jun 2013 - 12h38
(atualizado às 15h17)
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Belo Horizonte receberá seu principal jogo da Copa das Confederações no momento de maior tensão pelos protestos ocorridos nas últimas semanas. O duelo semifinal, pelo qual o Governo de Minas Gerais brigou nos bastidores e planejava como grande vitrine do Estado, é tratado mais como questão de segurança pública do que como uma festa para a Seleção Brasileira.

Quando o Brasil entrar em campo para enfrentar o Uruguai nesta quarta-feira, o entorno do Estádio Mineirão inevitavelmente terá novos confrontos. Pelo menos é com essa certeza que a Polícia do Estado trabalha. “Dou como certo um novo confronto quarta”, disse o coronel da Polícia Militar do Estado, Márcio Santana, em entrevista concedida no domingo, em uma clara indicação de que a urgência do assunto não admite pausa para o fim de semana.

Diferentemente de outras sedes da Copa das Confederações, que viram uma diminuição no número de confrontos e manifestantes nos últimos jogos, Belo Horizonte viveu seu pior dia na última quinta. Enquanto Japão e México se enfrentavam no Mineirão, no lado externo as cenas eram de uma guerra civil.

Mulher é agredida por PM em meio a tiros de bala de borracha:

Policiais relataram, sob condição de anonimato, que a violência nos protestos na cidade é crescente e teve como seu ápice o sábado, quando os distúrbios invadiram a madrugada. A cidade recebeu ainda Nigéria e Taiti, mas a grande cereja do bolo será Brasil x Uruguai, jogo de maior visibilidade, com presença maciça da imprensa mundial.

A Polícia analisa a pancadaria dos últimos atos como uma tentativa de publicidade por parte de grupos já pré-dispostos à violência. Com uma partida de maior repercussão, a lógica indica, se não um maior número de manifestantes, uma inevitabilidade de confronto.

Policiais que estão na linha de frente das ações relataram a ansiedade por novas batalhas. Com a escala alterada e folgas reduzidas desde que os primeiros protestos tomaram conta de Belo Horizonte, eles contam que convivem com a preocupação familiar e monitoram pela Internet os novos confrontos.

Um deles disse que se assustou com o número de pessoas organizando no Facebook novas manifestações na quarta-feira. Na noite de domingo, um grupo de estudantes e movimentos sociais confirmou que repetirá o protesto no dia do jogo, com concentração na Praça 7 de Setembro com o entorno do Mineirão como destino.

A Polícia informou que analisa a possibilidade de existirem vândalos infiltrados de outros Estados na manifestação de sábado, que reuniu cerca de 100 mil pessoas nas ruas da cidade. Diante dos distúrbios e dos danos na última manifestação, o discurso policial é de aumentar a repressão.    

Tensão

Ainda sob o impacto dos confrontos de sábado, que provocaram cenas de destruição em vários pontos da cidade, Belo Horizonte respira o tema em conversas nas filas de supermercados e entre vizinhos de muro. Entre as promessas de presença nas ruas na quarta e desaprovações aos protestos que descambaram para a violência, os moradores vivem a expectativa de como será o dia de quarta-feira.

Mais de 60 mil pessoas são esperadas no duelo, mais do que o público somado das outras duas partidas. Haverá mais gente a caminho do Mineirão, mais transtornos e a preocupação de que os combates sejam ainda mais violentos

Em meio a este clima, a Seleção desembarcou na cidade no começo da noite de domingo sob um forte esquema de segurança. No Hotel Ouro Minas, policiais controlavam todos os acessos e mantinham planos emergenciais, com tropas de choque posicionadas em pontos estratégicos para rápido deslocamento em caso de necessidade.

Pelo menos na chegada, a Seleção ouviu apenas os gritos das Neymarzetes, sem protestos. Mas no caminho, uma indicação do clima que Belo Horizonte vive às vésperas de Brasil x Uruguai. “Welcome to Hell” (Bem vindo ao Inferno), diz uma placa de indicação da Fifa localizada a poucos metros do hotel. A palavra Hell foi pichada.

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Fonte: Terra
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