Um ano atrás, Cesare Prandelli e Gianluigi Buffon se sentavam na bancada para participar de uma conferência de imprensa na véspera da final da Eurocopa, em Kiev; o resultado da partida foi uma vitória por 4 a 0 da Espanha. Nesta quarta-feira, o técnico e o goleiro da seleção italiana novamente se juntaram para uma entrevista oficial um dia antes de um confronto contra a Espanha, desta vez em Fortaleza; eles esperam que o resultado não seja o mesmo.
Os italianos geralmente são supersticiosos, e foi justamente um jornalista desse país que levou à tona a coincidência, fazendo Prandelli e Buffon sorrirem de forma sem graça na entrevista desta quarta. Ambos lideram a seleção italiana que, a partir das 16h (de Brasília) desta quinta, busca uma possível revanche contra a Espanha – embora eles não gostem dessa impressão. Em jogo estará a vaga na final da Copa das Confederações, contra o Brasil.
“Para mim vingança absolutamente não. Temos vontade de refazer uma partida na qual as cosias não foram bem. Nosso objetivo é permanecer no jogo durante os 90 minutos”, afirma Prandelli. “Não nutro esse tipo de sentimento (de revanche). Obviamente temos prazer em vencer, não somos sparrings. Vamos procurar manter o jogo o mais equilibrado possível para mostrar que estamos progredindo”, completa Buffon.
Segundo o goleiro, o placar de 4 a 0 não representa a real diferença entre Itália e Espanha, embora ele admita o favoritismo dos atuais campeões europeus e mundiais. “Teremos pela frente o melhor time de todos e não podemos fazer feito. Vamos procurar fazer ver que a diferença não é assim tão grande como se viu naquela final”, aponta.
De acordo com o treinador, o retrospecto indica que a Itália é uma das equipes que mais dificultou a vida da Espanha. Nos últimos três confrontos, sempre com Prandelli e Vicente Del Bosque nos comandos técnicos, a Itália venceu por 2 a 1 um amistoso realizado em Bari em 2011; empatou por 1 a 1 na primeira rodada da Eurocopa de 2012, em Gdansk; e só perdeu na fatídica final do mesmo torneio continental, em Kiev.
“Sabemos que temos armas para complicá-los. Devemos ter coragem, personalidade. É necessário um pensamento positivo, também porque esta minha equipe tem alma. Contra o Brasil, mesmo perdendo por 3 a 1 em um estádio todo amarelo, fizemos um gol, acertamos a trave e os assustamos”, diz Prandelli, dando como exemplo de atuação ideal o segundo tempo da derrota por 4 a 2 para o Brasil, no último sábado, na Arena Fonte Nova.
Veja onde Balotelli dormiu e cortou cabelo em comunidade na BA:
Embora não tenha confirmado o esquema tático para o jogo desta quinta, Prandelli deve escalar pela primeira vez três zagueiros na Copa das Confederações. A formação no 3-4-2-1 deve ser parecida àquela que deu trabalho à Espanha na primeira rodada da Eurocopa, em empate no qual a Itália “merecia ter vencido”, segundo as palavras do próprio Del Boque.
Na frente, a seleção azzurra não conta com Mario Balotelli, cortado do torneio devido a uma lesão, e Alberto Gilardino está confirmado como substituto. “Perdemos como qualidade individual, ganhamos como qualidade de jogo”, define o treinador.
Espanha adota mistério e não revela nem o goleiro
Na Espanha, Del Bosque adota o mistério e não confirma nem o goleiro titular – deve ser Iker Casillas – nem a condição física do meia Cesc Fàbregas e do atacante Roberto Soldado. Estes sofriam com dores musculares, mas participaram normalmente do início do treinamento no Castelão nesta quarta, durante a parte aberta à imprensa, e devem jogar.
A provável escalação espanhola é a mesma que bateu o Uruguai por 2 a 1, em 16 de junho, na Arena Pernambuco, pela primeira rodada da Copa das Confederações, no esquema tático 4-2-3-1. Caso confirme o favoritismo admitido até pelo volante Sergio Busquets, a equipe pode desafiar finalmente a única grande seleção a qual não enfrentou durante seu ciclo dominante no futebol mundial.
“Vamos ver, é certeza que teremos uma final entre Europa e América, não sabemos se Espanha x Brasil, Uruguai x Itália...”, afirma Del Bosque, que falava antes da classificação da Seleção Brasileira à decisão. Por enquanto ele só pensa na semifinal.
Escalações
Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets e Xavi; Pedro, Fàbregas e Iniesta; Soldado. Técnico: Vicente del Bosque.
Itália: Buffon; Barzagli, Bonucci e Chiellini; Maggio, De Rossi, Pirlo e Giaccherini; Marchisio e Candreva; Gilardino. Técnico: Cesare Prandelli.
A Itália fez o reconhecimento do gramado do Castelão nesta quarta-feira, véspera da semifinal contra a Espanha.
Foto: Bruno Santos / Terra
Suspenso na partida contra o Brasil, o volante De Rossi deve voltar a ser titular na semifinal contra a Espanha
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Quem vive a expectativa de ser titular é o atacante Gilardino, que pode herdar a vaga de Balotelli no ataque italiano
Foto: Bruno Santos / Terra
Gilardino corre no gramado do Castelão durante o treino da Itália
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Poupado contra o Brasil, Pirlo treinou normalmente e deve enfrentar a Espanha pela semifinal da Copa das Confederações
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Pirlo participou normalmente do treino da Itália. O jogador da Juventus foi poupado da partida contra o Brasil
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O técnico Cesare Prandelli perdeu o atacante Balotelli e terá de mudar a equipe
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El Sharaawy disputa a posição de titular do ataque italiano com Gilardino
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Itália fez o reconhecimento do gramado do Castelão nesta quarta-feira
Foto: Bruno Santos / Terra
Capitão e segundo jogador que mais atuou pela seleção italiana, Buffon voltou a ser questionado nesta quarta-feira sobre a atuação contestada que teve na derrota por 4 a 2 para o Brasil, no último sábado. Sem se exaltar, ele confirmou a falha no gol de falta do Neymar e falou em recomeçar diante da Espanha, na semifinal da Copa das Confederações
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Fiz também coisas muito boas, mas sei que podia fazer melhor, disse Buffon, acerca da derrota para o Brasil
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Cesare Prandelli terá que mudar o ataque da seleção italiana
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A Itália enfrenta a Espanha nesta quinta-feira pela semifinal da Copa das Confederações
Foto: Bruno Santos / Terra
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