Especialista nas faltas, Neto revela seu gol favorito
Quando o atacante está com a bola dominada e prestes a invadir a área, a primeira coisa que vem na cabeça do zagueiro é fazer a falta, certo? Pois alguns jogadores mostram tanta qualidade para bater na bola que fazem o defensor pensar duas vezes antes de cometer a infração. Isso porque, nos pés de craques como Neto, uma falta pode se tornar uma chance de gol ainda mais clara do que uma jogada com a bola rolando.
Um dos grandes ídolos da história do Corinthians, o ex-jogador afirma que percebeu que tinha talento na bola parada ainda nos campinhos de Santo Antônio da Posse (SP), sua cidade natal. Porém, o aprimoramento só veio por volta dos 15 anos, quando estava nas categorias de base do Guarani. "Ter o dom não significa produtividade. É preciso treinar muito", diz.
E Neto levava esta frase bem a sério. Quando estava na equipe do Parque São Jorge, chegava a cobrar entre 60 e 80 faltas por semana depois das atividades realizadas junto com o grupo. "Minha perna até inchava", destaca. O sacrifício, no entanto, foi fundamental para que ele entrasse para a história como um dos melhores na cobrança de falta. Em suas contas pessoais, foram 60 gols anotados desta maneira.
Para melhorar ainda mais a eficiência, o apresentador revela que buscava simular as condições de jogo, colocando a barreira um pouco mais próxima do que o permitido ou até mesmo deixando um homem sob a trave, recurso que dificultava um pouco seu trabalho.
Alguns fatores alteravam a maneira com que Neto chutava a bola durante o jogo. O principal deles era a distância para o gol. Se a bola estava mais longe, o ideal era bater de três dedos e com força. Mais próxima, o principal era chutar de chapa e com jeito. "Já de média distância, é preciso unir as duas coisas. Ou seja, bater de chapa, mas colocando força, o que é bem difícil."
Em dias de chuva, Neto tentava fazer a redonda pegar no chão antes de chegar ao gol, e já combinava com os companheiros para ficarem atentos com o rebote, que quase sempre vinha. Mas a posição preferira do craque canhoto era pela direita e bem próximo da área, de onde ele conseguia fazer um arco mais preciso em direção à baliza.
Entretanto, o gol mais marcante de sua carreira não foi marcado desta maneira, e sim da intermediária. "O meu preferido foi o que fiz contra Gilmar, do Flamengo, em pleno Maracanã, válido pelo Brasileirão de 1991. A falta era de longa distância, eu peguei muito bem na bola e mandei no ângulo, foi um golaço mesmo!"
Atualmente, ele destaca como especialistas Rogério Ceni e Marcos Assunção, que para ele é o melhor no fundamento. "Sempre gostei de ver Zico, Aílton Lira, do Santos, e Jorge Mendonça, de Guarani e Palmeiras. Eles inspiraram muito minha forma de chutar", cita.
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