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Copa América

Chilenos silenciam colombianos no ‘duelo de gogó’ em SP

Conhecidas por seu fanatismo e animação, torcidas chilena e colombiana travaram embate à parte em Itaquera

29 jun 2019 - 07h55
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Não é só do que ocorre dentro das quatro linhas do campo que vive o futebol. O confronto entre Colômbia e Chile na última sexta-feira (28), na Arena Corinthians, em São Paulo (SP), que definiu o terceiro semifinalista da Copa América, não ficou apenas no gramado e se transportou para as arquibancadas também. 

Torcida durante a partida entre Colômbia e Chile, válida pela Copa América 2019 na Arena Corinthians em São Paulo (SP)
Torcida durante a partida entre Colômbia e Chile, válida pela Copa América 2019 na Arena Corinthians em São Paulo (SP)
Foto: Ale Frata/Código19 / Futura Press

A disputa de cânticos começou antes mesmo dos jogadores entrarem no gramado para disputar a partida, às 20h20. Nas entradas da Arena Corinthians, na zona leste da capital paulista, as duas torcidas, que são conhecidas por seu fanatismo e animação, já puxavam gritos ensaiados e iniciavam uma espécie de rivalidade que perduraria no restante da noite.

Enquanto os “cafeteros”, como são conhecidos os torcedores colombianos, puxavam o tradicional grito latino “Vamos”, que se popularizou nos anos 1990 e virou febre entre os sul-americanos em competições internacionais (veja abaixo), os chilenos já aqueciam suas gargantas com o tradicional “¡Chi-chi-chi! ¡Le-le-le! ¡Viva Chile!”.

Vamos (Esta noche)

“¡Ooh!

¡Vamos, Colombia!

¡Que esta noche,

tenemos que ganar!”

O duelo permaneceu minutos antes das duas equipes entrarem em campo, enquanto os jogadores ainda estavam em trabalho de aquecimento, mas ganhou novos contornos na execução dos hinos nacionais. Em maioria nas arquibancadas, os colombianos fizeram suas vozes ecoarem na Arena Corinthians. Minutos depois, no entanto, permaneceram em silêncio e tiveram de escutar a torcida chilena cantar à capela o hino completo de seu respectivo país, indo além do tempo estabelecido pela Conmebol

Até os 15 minutos do primeiro tempo, a sensação era de que o jogo tinha sido transportado de São Paulo (SP) para Bogotá, na Colômbia. Em grande número, os ‘cafeteros’ vaiavam a seleção chilena cada vez que tentavam propor o jogo e vibravam com cada lateral e escanteio conquistado. A cada aproximação da equipe comandada por Carlos Queiroz à meta do goleiro Arias, as vozes colombianas aumentavam e ressoavam pelo estádio.

A confiança da torcida colombiana balançou após o Chile marcar um gol com Aránguiz. Durante os momentos que antecederam a interferência do VAR, que anularia o tento por conta de um impedimento de Alexis Sánchez na jogada, a torcida chilena, apesar de estar em menor número, conseguiu calar os cafeteros. No estádio do Corinthians, era apenas possível ouvir “Ole ole ole! Chile! Chile!” 

Com a anulação do tento de Aránguiz, a torcida colombiana gritou como se James Rodríguez ou Falcao García tivessem feito um gol para sua seleção. Os chilenos não se repreenderam e tentaram cantar, mas em vão, já que seus gritos foram abafados pelas vozes cafeteras na Arena Corinthians

Ambas as torcidas parariam de “competir” entre si, quando o zagueiro colombiano Yerry Mina e o atacante chileno Alexis Sánchez se estranharam e ameaçaram brigar, aos 31 minutos do primeiro tempo. Quando um cerco de jogadores, tanto do Chile quanto da Colômbia, foram tentar apartar a confusão, o estádio inteiro vibrou em um som só.

No segundo tempo, a Arena Corinthians voltaria a ter um domínio de vozes colombianas. Aos 13 minutos, os gritos teriam o chileno Arturo Vidal como alvo. Após cometer uma falta em Uribe, o atleta do Barcelona tomou um cartão amarelo, o que fez os cafeteros irem à loucura. Mas, foi por pouco tempo. Dez minutos depois, o próprio Vidal marcaria um belo gol, calando todos os torcedores da Colômbia.

Assim como no primeiro tempo, o árbitro argentino Néstor Pitana não validou o gol chileno. Com ajuda do VAR, a arbitragem marcou mão do zagueiro chileno Maripán na jogada que resultou no segundo tento feito pelo Chile. Em um repeteco da primeira etapa, as vozes chilenas que já gritavam “Ole ole ole! Chile! Chile!”, comemorando o que seria uma vantagem de 1 a 0, foram abafadas pelos colombianos.

Lance durante a partida entre Colômbia e Chile, válida pela Copa América 2019 na Arena Corinthians em São Paulo (SP)
Lance durante a partida entre Colômbia e Chile, válida pela Copa América 2019 na Arena Corinthians em São Paulo (SP)
Foto: Ale Frata/Código19 / Futura Press

Com uma pressão chilena nos minutos finais do tempo regulamentar, a situação foi outra: os colombianos ficaram mais quietos e apreensivos, aguardando o término da partida, enquanto que a torcida “roja” se animou e cantou mais alto. Com o 0 a 0 após 90 minutos de bola rolando, a partida foi para as penalidades máximas, o que foi suficiente para dar um ânimo extra aos cafeteros presentes na Arena Corinthians.

A maioria colombiana no jogo ficou evidente quando a partida entrou na disputa de pênaltis. Cada cobrador chileno que se aproximava da bola para realizar sua cobrança sofria com vaias ensurdecedoras vindas das arquibancadas. Só não sofreram mais vaias que o zagueiro colombiano Yerry Mina, ex-atleta do Palmeiras, que foi alvo dos torcedores corintianos presentes na arena desde o início do jogo .

O grito entalado na garganta dos torcedores chilenos, que sofreram com as duas anulações de gols pelo VAR durante a partida, ficou para o fim. A explosão da torcida “roja” ocorreu quando o zagueiro colombiano Tesillo bateu sua penalidade máxima, a quinta da Colômbia, para fora. Essa alegria se estenderia até o craque chileno do Manchester United, Alexis Sánchez, converter seu pênalti, garantindo o Chile na semifinal da Copa América

Jogadores do Chile comemoram classificação durante a partida entre Colômbia e Chile
Jogadores do Chile comemoram classificação durante a partida entre Colômbia e Chile
Foto: Ale Frata/Código19 / Futura Press

Após o apito final, foram muitas as vibrações dos chilenos. Não é por menos. Afinal, com a vitória por 5 a 4 na disputa por pênaltis, o sonho do Chile em conquistar o tricampeonato da Copa América permaneceu vivo. O grito de “¡Chi-chi-chi! ¡Le-le-le! ¡Viva Chile!”, em alto e bom som, ressoava pela Arena Corinthians, enquanto que os torcedores colombianos, que vibraram durante toda a noite, saíam em silêncio.

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Confira o balanço da primeira fase da Copa América:
Fonte: Redação Terra
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