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Copa da Rússia

Lugares vazios na Copa levam Fifa a abrir investigação

Torcedores ainda podem solicitar no site da entidade entradas para 29 dos 64 jogos do torneio

16 jun 2018 - 06h25
(atualizado às 06h53)
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Centenas de lugares vazios nos estádios dos primeiros jogos da Copa do Mundo evidenciam o que, em termos financeiros, a Fifa já sabia: nem todos os ingressos para os jogos do Mundial foram vendidos.

Lugares vazios durante o jogo entre Uruguai e Egito
Lugares vazios durante o jogo entre Uruguai e Egito
Foto: Jason Cairnduff / Reuters

Neste sábado, torcedores ainda podem solicitar no site da Fifa entradas para 29 dos 64 jogos do torneio, sem sequer a necessidade de passar por um cambista. Não há garantias de que todos sejam atendidos. Mas dirigentes que acompanham Mundiais há anos admitem que essa realidade incomodou a cúpula da organização, que esperava anunciar estádios sempre repletos.

Apenas na partida entre Uruguai e Egito, na sexta-feira, a estimativa é de que 6 mil lugares de um estádio de 33 mil não tinham sido preenchidos. Na Fifa, a ordem foi a de investigar a situação, que causou certo mal-estar entre os organizadores diante das imagens de fileiras inteiras vazias, até em setores mais nobres das arquibancadas.

De acordo com a entidade, 32,2 mil ingressos foram alocados. "O fato de que o público não reflita o montante de ingressos alocados pode se dar por vários motivos e a Fifa está investigando", declarou a entidade, por meio de um comunicado.

Um dos problemas é que parte dos ingressos vai para os patrocinadores, que nem sempre conseguem garantir que seus convidados estejam no jogo. Outro problema tem sido a capacidade de cambistas profissionais de obter centenas de entradas. Se eles não os vendem, aqueles locais permanecem vazios.

Cambistas agem sem incômodo

Na Rússia, a lei estipula que um cambista pode ser multado em 25 vezes o preço do produto que está oferecendo. Mas a Fifa admite que a prática continua e que chegou a ser obrigada a abrir um processo nos tribunais contra empresas que se apresentavam como intermediários.

Nas portas dos estádios, os cambistas também agiam em Moscou sem qualquer incômodo. A reportagem do Estado recebeu, em apenas 20 minutos, duas ofertas de entradas para a abertura da Copa, jogo que apenas teve seus últimos ingressos vendidos dois dias antes da partida.

Placa com logo da Copa do Mundo em Moscou 29/11/2017 REUTERS/Sergei Karpukhin
Placa com logo da Copa do Mundo em Moscou 29/11/2017 REUTERS/Sergei Karpukhin
Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

Apesar de sua proximidade com as capitais da Europa Ocidental, os números mostram que a Rússia não conseguiu gerar a mesma renda em termos de ingresso que a Copa de 2014, no Brasil. Dados obtidos com exclusividade pelo Estado revelam que o Mundial da Rússia vai gerar uma renda de US$ 495 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão) em ingressos. Pelo menos 40% desse valor virá dos torcedores russos.

Apesar de a Copa atingir uma receita recorde, o volume da bilheteria ficou abaixo dos US$ 518 milhões (R$ 1,9 bilhão) obtidos pela Fifa no Brasil, há quatro anos. Naquele momento, eram os torcedores brasileiros que garantiram a maior fatia dos lucros e representaram 60% de todos os ingressos vendidos.

Vendas por país: Brasil é 3º

De acordo com a Fifa, 2,4 milhões de ingressos já foram vendidos para o evento deste ano. Outros 120 mil ainda estão no mercado. Mas a presença da Europa Ocidental é relativamente fraca, sendo que 871 mil foram para mãos de torcedores russos, contra 88,8 mil para residentes dos Estados Unidos, que não disputa a Copa. O Brasil vem na terceira posição, com 75 mil.

O primeiro europeu apenas aparece na quinta posição, com a Alemanha somando 62 mil ingressos. Uma posição ainda mais distante está a Inglaterra, com 32 mil ingressos vendidos e abaixo até da Austrália.

Os pacotes VIP também registraram uma queda na Rússia, em comparação a 2014. Os documentos confidenciais apontam para vendas de US$ 360 milhões, contra mais de US$ 620 milhões obtidos pela Fifa no Brasil.

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