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Copa da Rússia

Colombianos são multados por fraude em ingressos da Copa

Ticket Shop terá de pagar cerca de US$ 245 mil (R$ 990 mil) por enganar os torcedores em jogo de 2017

21 ago 2018 - 19h46
(atualizado às 20h31)
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A Superintendência de Indústria e Comércio da Colômbia (SIC) multou nesta terça-feira a Ticket Shop em cerca de US$ 245 mil (R$ 990 mil) por enganar os torcedores que tentaram comprar ingressos para a partida entre Colômbia e Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.

A empresa está envolvida em um esquema de desvio e revenda ilegal de ingressos que envolve dirigentes esportivos e a Federação Colombiana de Futebol (FCF). A Ticket Shop chegou a anunciar que venderia seis mil ingressos no dia 6 de agosto de 2017 para a partida que aconteceu em setembro daquele ano. Pouco depois, informou que os bilhetes foram comercializados em 42 minutos. No entanto, foram descobertas evidências documentais e digitais que provam que os ingressos não chegaram a ser colocados à venda.

Ingressos da Copa do Mundo
Ingressos da Copa do Mundo
Foto: Gleb Obodovsky / BBC News Brasil

Após um ano de investigação, a Superintendência determinou, de acordo com comunicado emitido, que "a informação a respeito das condições em que supostamente seriam vendidos os 6 mil ingressos e a publicidade produzida para a venda foram enganosas."

Ainda segundo a Superintendência, o objetivo da empresa era iludir a SIC. A suposta venda causou um enorme número de reclamações nas redes sociais. Torcedores se queixaram de não terem conseguido acessar a página. A Superintendência informou que a Ticket Shop não possuía os ingressos.

"Sabendo da impossibilidade de cumprir o prometido, continuaram afirmando em sua página da internet e nas redes sociais que a venda havia sido efetuada nas condições anunciadas, no que resultou em uma farsa", prosseguiu a nota.

Por isso, além da multa, a Ticket Shop terá que colocar um pedido de desculpas em seu site e também pagar um informe publicitário em um dos três maiores jornais de circulação do país explicando o que aconteceu.

Na semana passada, a Fifa também abriu investigação preliminar sobre o caso. O presidente da FCF, Ramón Jesurún, assim como outros dirigentes atuais e anteriores desta entidade estão sendo investigados por envolvimento no esquema que ocorreu durante as partidas da seleção da Colômbia nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018.

A SIC abriu investigação para apurar esta possível prática ilegal em oito dos nove jogos disputados pelo time nacional, em casa, durante esse período. Jerusún foi um dos vice-presidentes da Conmebol antes de fazer parte de diferentes comitês da Fifa em 2017. A Federação Colombiana chegou a emitir comunicado no qual afirmou que está colaborando com a investigação da SIC desde o seu início.

Além da Ticket Shop, a SIC também investiga Rodrigo Rendón Cano, proprietário do clube Real Cartagena, e o seu filho Rodrigo Rendón Ruiz, assim como a Tu TicketYa.com. Rendón Cano teria recebido informação privilegiada da FCF para conseguir parceiros e receber uma distribuição exclusiva da entradas. E, de acordo com o superintendente da SIC, Pablo Felipe Robledo, "o desvio massivo de bilheteria e sua posterior revenda somente foi possível graças a comportamentos atribuídos à Federação Colombiana de Futebol".

14 MIL DO JOGO CONTRA O BRASIL

O número de bilhetes supostamente desviados e revendidos foi de 42.221 (incluindo 14 mil deles do jogo da Colômbia contra o Brasil em solo colombiano pelas Eliminatórias). E o preço foi inflacionado em 350% para revenda, segundo a investigação.

A SIC indicou que teria ocorrido um acordo irregular entre a Federação, a Ticket Shop e Tu TicketYa.com para o contrato de venda de ingressos e para excluir a oferta de concorrência da empresa Primeira Fila.

Os supostos desvios e comercialização ilegal das entradas teriam rendido o equivalente a cerca de 13 milhões de pesos colombianos (aproximadamente R$ 16,7 milhões). Essa investigação começou em outubro de 2017 antes do jogo entre Colômbia e Paraguai, realizado no estádio Roberto Meléndez, em Barranquilla.

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