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Copa reduziu em quase 40% operação de empresas de frotas

Jogos do Brasil na Rússia forçaram a redução da atividade de mil empresas brasileiras analisadas em levantamento

23 jul 2018 - 09h00
(atualizado às 09h14)
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Não é mera força de expressão dizer que o Brasil parou nos dias de jogos da Seleção na Copa. De fato, muitas indústrias interromperam suas atividades e liberaram seus funcionários na hora das partidas. Um estudo da startup Cobli, especializada em gestão de frotas, telemetria e roteirização, verificou que as operações de empresa de frotas caíram até 38% nos horários dos jogos.

"Não houve aumento da atividade em outros dias que compensasse a perda com os jogos. Teve um impacto significativo na economia nesse segmento", atestou o engenheiro e sócio da Cobli, Rodrigo Mourad.

Trânsito em São Paulo em dia de jogo do Brasil na Copa da Rússia
Trânsito em São Paulo em dia de jogo do Brasil na Copa da Rússia
Foto: Willian Moreira / Futura Press

A pesquisa observou 1.000 empresas de 100 cidades e 50 indústrias diferentes, cujas atividades fim vão desde serviços de entrega e instalação a operações em fazendas e mineradoras. Alguns setores foram mais ou menos impactados pela Copa, segundo Mourad.

Na média, de acordo com a pesquisa, em um dia de jogo, houve redução de 16,2% na quantidade de quilômetros dirigidos pelos motoristas estudados em comparação a um dia comum. Nos horários das partidas, a queda atingiu 35%.

Mas houve casos de empresa com queda ainda mais brusca da atividade. A GaBmed, que distribui produtos médico-hospitalares, teve sua operação reduzida pela metade em dias de semana com jogos da Seleção. A coordenadora de logística Gabriela Ramos contou que a empresa refez o planejamento em função do trânsito em São Paulo em dias de Seleção em campo na Rússia.

"Fomos muito impactados. O trânsito era caótio. E tivemos que fazer jornada reduzida, pois muitos de nossos clientes trabalharam menos devido aos jogos", relatou.

Ruas de São Paulo vazias durante jogo do Brasil na Copa do Mundo em 27/06/2018
Ruas de São Paulo vazias durante jogo do Brasil na Copa do Mundo em 27/06/2018
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A partir da fase de mata-mata, com o aumento do interesse na Copa, a redução média das atividades cresceu. A quilometragem rodada foi 20% menor ao longo do dia e 38% mais baixa na hora dos jogos do Brasil.

A partida com menor impacto na atividade das empresas de frotas foi a estreia brasileira na Copa, contra a Suíça, com diminuição de 10% na quilometragem rodada. Isso porque o jogo foi no domingo, quando historicamente menos motoristas trabalham e, consequentemente, menos quilômetros são percorridos.

Gráficos do estudo mostram queda da atividade

Brasil x Suíça, em um domingo (17 de junho), às 15h:

Foto: Cobli

Brasil x Costa Rica, em uma sexta-feira (22 de junho), às 9h:

Foto: Cobli

Brasil x Sérvia, em uma quarta-feira (27 de junho), às 15h:

Foto: Cobli

Brasil x México, em uma segunda-feira (2 de julho), às 11h:

Foto: Cobli

Brasil x Bélgica, em uma sexta-feira (6 de julho), às 15h:

Foto: Cobli

Jogos da França também impactaram

Para algumas empresas, o impacto não foi só durante os jogos da Seleção, mas em toda a Copa. A empresa de fretamento Serra e Mar, que faz o translado de funcionários de outras empresas e de clientes de hotéis no estado do Rio de Janeiro, fez menos viagens em função da menor demanda da rede hoteleira durante o torneio. Dos seus clientes, 80% são franceses.

"Muitos franceses viajaram para acompanhar a Copa", explicou o gestor administrativo da Serra e Mar, Gabriel Medeiros. Além disso, segundo ele, em dias jogos do Brasil, algumas empresas liberaram os funcionários ou alteraram a rotina de entrada e saída. "Influenciou muito nosso trabalho e nosso faturamento", lamentou.

Veja também:

A Rússia segundo os brasileiros:
Fonte: Redação Terra
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