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Terra na Copa

Com foco na Copa, Brasil quer atrair negócios milionários com o futebol

29 mai 2014 - 10h14
(atualizado às 10h57)
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O Brasil esperar fechar negócios de exportação e de investimento estrangeiro direto no valor de US$ 9 bilhões com as ações comerciais públicas e privadas que serão realizadas durante a Copa do Mundo.

A previsão foi realizada pelo presidente da estatal Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mauricio Borges, para quem o "clima de negócios não será afetado" por causa dos protestos populares que devem ocorrer contra a organização do Mundial.

"A Copa do Mundo mais os futuros Jogos Olímpicos de Rio puseram o Brasil no 'prime-time' das possibilidades de negócios. O Brasil estará chegando direta ou indiretamente à metade da população mundial", disse Borges nesta quarta-feira a correspondentes estrangeiros em São Paulo.

A agência de promoção à exportação, que é patrocinadora local oficial da Fifa, organiza a chegada de 2,3 mil representantes de empresas de 104 países durante o Mundial, que será custeada por 700 empresas privadas.

"No ano passado, na Copa das Confederações foram gerados negócios de exportação e de investimento estrangeiro direto no valor de US$ 3 bilhões. A expectativa por conta deste antecedente é que sejam gerados em um ano aproximadamente US$ 9 bilhões", comentou Borges.

A Apex se transformou na primeira agência de fomento que é patrocinadora da Fifa, com a qual assinou um contrato que ainda é confidencial, mas que deverá ser auditado pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

"O custo de ser patrocinador é pequeno comparado ao ganho que se espera para o setor produtivo brasileiro", disse Borges, que adiantou que é a primeira vez que a Fifa aceita no Mundial uma ação de fomento de encontros de negócios.

Nos estádios do Mundial a publicidade estática da Apex na busca de investimentos terá o lema "Brasil além do futebol". Mais de dois mil executivos de empresas convidados por companhias brasileiras estarão no Brasil durante a Copa em reuniões de negócios e terão direito a ver partidas com entradas cedidas pela Apex em cinco sedes: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte.

"A partida é o broche de ouro do encontro de negócios", comentou por sua parte o diretor de Negócios da Apex, Ricardo Santana, que lembrou que a agência representa 12 mil empresas brasileiras de 80 setores.

As missões de convidados pelo setor privado para a Copa 2014 visitarão fábricas e manterão reuniões de negócios e depois serão levados para ver partidas do Mundial.

Os setores onde são esperadas mais realizações de negócios são tecnologia e saúde, habitação e construção, agricultura e alimentos, moda, maquinaria e economia criativa.

As visitas estão lideradas pelos Estados Unidos, de onde chegarão 273 representantes de empresas, entre elas a filial nesse país da multinacional japonesa Nintendo, que terá oportunidade de se reunir com "start-ups" brasileiras.

A Argentina aparece em segundo lugar com 185 executivos que buscarão exportar produtos brasileiros de setores de saúde e transporte. Já a Espanha terá 29 executivos convidados, entre eles da empresa de equipamento médico Maxilaria, das lojas El Corte Inglês e Piedras Naturales de Asturias, segundo a Apex.

Um dos casos mais curiosos foi o convite da empresa de chocolates brasileira Pietrobon, que convidou 13 possíveis compradores, entre eles representantes da Mauritânia e das Ilhas Seychelles.

Os franceses desembarcarão convidados pelo setor têxtil com grandes nomes como Galerias Lafayette, Maison Chanel e Le Bon Marché.

Na Copa das Confederações 2013, as partidas estiveram marcadas por manifestações de protesto e, segundo a Apex, foram fechados negócios no valor de US$ 3 bilhões com 903 empresários convidados ao evento da Fifa no Brasil.

"O clima de negócios não será afetado (pelos protestos). O investidor quer conhecer o potencial do país e de suas empresas para melhorar. O clima que pode existir é balançado pela solidez que mostram perante o mundo as empresas brasileiras", concluiu Borges.

EFE   
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